Economia

Inadimplência das empresas continua subindo em Minas Gerais, aponta Serasa

Taxa em maio registrou elevação pelo quinto mês consecutivo e é maior do que a computada em igual mês de 2024, conforme levantamento da Serasa Experian
Inadimplência das empresas continua subindo em Minas Gerais, aponta Serasa
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

Em maio deste ano, 28,8% dos negócios de Minas Gerais estavam com as contas negativadas, de acordo com o Indicador de Inadimplência das Empresas da Serasa Experian. A taxa de inadimplência dos negócios do Estado subiu pelo quinto mês consecutivo e é maior do que a registrada em maio do ano passado (26,7%). Entretanto, está abaixo da média nacional, de 32,8% do total de companhias existentes.

Segundo o levantamento, eram pouco mais de 701,7 mil negócios inadimplentes em território mineiro no quinto mês do ano. Trata-se de um recorde para o Estado quebrado pelo terceiro mês consecutivo. O montante é 11,7% superior a maio de 2024, quando o Estado concentrava 627,7 mil companhias com as contas no vermelho.

O levantamento também registrou o volume de 4,8 milhões de dívidas das empresas mineiras no mês, um crescimento de 13,6% na comparação ano a ano.

Todas as dívidas das empresas de Minas Gerais equivalem à soma de R$ 15,4 bilhões. O montante é 30,7% superior à soma das dívidas das companhias mineiras no mesmo período de 2024, de R$ 11,8 bilhões. O endividamento médio das empresas mineiras era de R$ 22 mil, resultado 16,9% superior ao registrado em maio de 2024 (R$ 18,8 mil). Em média, cada CNPJ negativado no Estado possuía 7 contas atrasadas no quinto mês deste ano.

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Endividamento das empresas no Brasil sobe 21,2%

No País, eram 7,7 milhões de empresas que estavam com as contas no vermelho em maio de 2025. O resultado é 11,5% superior ao registrado no mesmo período de 2024. Cerca de 7,2 milhões dos negócios inadimplentes no Brasil eram micro e pequenas empresas (MPEs).

O levantamento da Serasa Experian também registrou o volume de 56 milhões de dívidas no quinto mês do ano, um crescimento de 12,4% na comparação ano a ano. Todas essas dívidas das empresas brasileiras equivalem a R$ 182,4 bilhões, valor 26,7% superior à soma das dívidas das companhias do País em maio de 2024.

O endividamento médio das empresas no Brasil é de R$ 23,7 mil, resultado 13,5% acima do registrado em maio de 2024. Somente as dívidas das MPEs no Brasil somadas ultrapassaram R$ 157,3 bilhões no quinto mês de 2025. O valor é 27,3% maior que a soma das dívidas das MPEs brasileiras no mesmo período de 2024.

Entre os estados, o Distrito Federal registrou a maior taxa de inadimplência das empresas no País, com 42,4% de suas companhias com pendências financeiras. Em seguida, aparecem Pará (40,4%) e Alagoas (39,9%) como os estados com a maior taxa de CNPJs no vermelho.

Empresas devem buscar informações frente à desaceleração da economia

A economista da Serasa Experian, Camila Abdelmalack, destaca que o patamar elevado da taxa básica de juros (Selic), mais a sinalização do Banco Central (BC) de que a Selic permanecerá elevada por mais algum tempo, já tem impactado a estrutura de custo das empresas desde setembro do ano passado, quando o BC iniciou o atual ciclo de altas da taxa.

Ela explica que o impacto é ainda maior para as MPEs, que estão com mais dificuldade de renegociar dívidas e prazos de pagamentos, e que a inadimplência dos consumidores gera um efeito cascata na inadimplência das empresas. Isso deverá ser mais perceptível no segundo semestre, segundo a economista, quando deve acontecer a esperada desaceleração econômica, apontada pelos analistas.

“As empresas, principalmente as que tem o seu segmento mais associado ao ímpeto da atividade econômica, como o setor de serviços, de comércio, vão sentir mais esse impacto do lado da receita, com essa desaceleração da demanda dos brasileiros, por conta desse quadro da economia”, disse Camila Abdelmalack.

Ela aponta que a neste momento é importante que as empresas tenham planejamento financeiro, por menor que seja o negócio, com um acompanhamento contínuo ao longo dos meses, além de buscar informações para dar suporte nas finanças do empreendimento.

“Entender qual a direção da economia, entender as tendências, como o segmento pode ser impactado, para você conseguir se antecipar e se planejar, ajuda a passar por esse momento com uma taxa de sucesso maior”, observa.

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