Economia

Inadimplência de empresas recua 0,73% em Minas, aponta a Serasa

O total de CNPJs do Estado nesta situação passou de 625.042 em dezembro de 2022 para 620.418 em janeiro; recuo foi devido à sazonalidade
Inadimplência de empresas recua 0,73% em Minas, aponta a Serasa
A alta foi puxada principalmente pelos transportes | Crédito: Marcello Casal Jr / Agência Brasil

Minas Gerais começou 2023 com uma leve queda de 0,73% no número de pessoas jurídicas no cadastro de inadimplentes da Serasa Experian. Conforme o Indicador de Inadimplência da empresa, o total de CNPJs do Estado nesta situação passou de 625.042 em dezembro de 2022 para 620.418 no primeiro mês do ano. A retração veio após quatro meses de alta consecutiva. 

O economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, explica que o resultado positivo de janeiro foi devido a uma sazonalidade habitual. Segundo ele, como as pessoas físicas recebem pelo menos a segunda parcela do décimo terceiro salário em dezembro, elas destinam parte desse recurso para quitação de dívidas. Este fator contribui para as finanças das empresas.

“Esse dinheiro acaba entrando no caixa das PJs (pessoas jurídicas), porque quando o consumidor paga uma dívida atrasada, do outro lado do balcão, geralmente, é uma empresa que recebe. E hoje, 55% da inadimplência dos consumidores é fora dos bancos. São empresas de varejo, de prestação de serviços, e que acabam recebendo esse dinheiro. Então, a situação delas fica um pouquinho melhor em janeiro”, afirma.

Rabi ressalta que embora o movimento citado faça com que o número de CNPJs inadimplentes tenha uma pequena queda, não significa que vá definir uma tendência de bons resultados, ao menos, por enquanto. Conforme ele, o recuo, na verdade, foi mais um “respiro” do que uma mudança de rota na elevada inadimplência, vista já há algum tempo.

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“Provavelmente os números devem voltar a subir de novo, porque a inadimplência do consumidor ainda não está caindo. Somente quando a inadimplência do consumidor entrar em uma trajetória, não diria nem de queda, mas pelo menos de estabilidade, porque antes de começar a cair tem que primeiro parar de subir, ou seja, estacionar em algum patamar, o que ainda não estamos vendo, enquanto isso não acontecer, não dá para para extrapolar esse queda que aconteceu em janeiro para os próximos meses”, diz.

Ainda de acordo com os dados, também houve um pequeno recuo de 0,62% no número de compromissos vencidos e não pagos por empresas mineiras. A quantidade saiu de 4,155 milhões para 4,129 milhões entre os períodos. No entanto, o valor das dívidas em atraso foi na contramão e subiu 0,43%. O montante passou de R$ 8,72 bilhões para R$ 8,76 bilhões. 

“A gente vê que as empresas que permanecerem inadimplentes acumularam mais dívidas, algumas saíram, mas quem ficou está acumulando mais dívida ainda. O ideal seria que essas duas estatísticas estivessem caindo, tanto a quantidade de empresas quanto os valores das dívidas. Então as dívidas continuam chegando e não sendo pagas”, ressalta. 

Resultado nacional

Conforme o indicador da Serasa Experian, o número de pessoas jurídicas inadimplentes no Brasil também caiu no começo do ano. De acordo com os dados, foram cerca de 12 mil empresas a menos no cadastro de inadimplência em comparação com o mês anterior. O total passou de 6,44 milhões em dezembro de 2022 para 6,42 milhões em janeiro. 

A quantidade de compromissos vencidos e não pagos foi de 45,6 milhões com valor de R$ 110,8 bilhões. A maior parte das dívidas foi contraída no segmento “outros”, que engloba indústrias, terceiro setor e primário. Já a maioria das empresas negativadas faziam parte do setor de serviços (53,6%), seguido por comércio (37,4%) e indústria (7,7%). 

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