Economia

Inadimplência de jovens aumenta 62,13%

Inadimplência de jovens aumenta 62,13%
CREDITO: CHARLES SILVA DUARTE

Apesar de a inadimplência estar diminuindo entre os moradores da capital mineira, há uma faixa etária da população que está tendo bastante dificuldade de lidar com as contas: a dos jovens de 18 a 24 anos.

Uma pesquisa divulgada pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) mostra que a inadimplência entre os mais novos avançou 62,13% em dezembro do ano passado na comparação com igual período de 2019. Em contrapartida, entre os belo-horizontinos em geral, houve queda de 7,39%.

O presidente da entidade, Marcelo de Souza e Silva, explica que o número maior de inadimplentes entre os jovens de 18 a 24 anos tem a ver com o fato de eles serem mais sensíveis diante das incertezas. “A explicação para esse resultado é que os jovens são mais sensíveis para lidar com situações de incerteza, como a que estamos vivendo em função da pandemia”, ressalta ele.

Além disso, Marcelo de Souza e Silva salienta que essa tendência verificada no último mês de dezembro já vem se repetindo há praticamente um ano. “Essa tendência de concentração dos inadimplentes entre jovens de 18 a 24 anos vem se repetindo nos últimos nove meses”, pontua.

Os dados divulgados pela CDL-BH ainda mostram que o quadro de inadimplência entre os mais novos é algo que se repete também quando se observa os números de Minas Gerais como um todo.

Segundo a entidade, houve um crescimento de 76,45% no número de inadimplentes de 18 a 24 anos de idade em dezembro do ano passado em comparação ao mesmo período de 2019.

Expectativas – Apesar do incremento entre os mais jovens, as expectativas para o ano de 2021 é de que a inadimplência, de maneira geral, continue em sua tendência de desaceleração, de acordo com Silva.

Entretanto, há muitos desafios pela frente. O presidente da CDL-BH, cita, por exemplo, o fim do auxílio emergencial e dos programas governamentais que auxiliaram a economia durante o ano passado.

“A expectativa agora para o início do ano de 2021 é de continuidade da desaceleração da inadimplência, mas lógico que em ritmo menor. Com o fim do auxílio emergencial, a renda da população vai apresentar queda. Há também o fim dos outros programas que ajudaram a injetar dinheiro na economia brasileira em 2020, como a compensação por contratos suspensos ou jornadas reduzidas, também contribuirão para essa menor queda na inadimplência”, destaca ele.

Além disso, o dirigente também lembra o fechamento do comércio na capital mineira que, atualmente, permite que somente os serviços essenciais funcionem de maneira presencial, devido ao aumento dos números da Covid-19. “A situação fica ainda mais grave com o novo fechamento do comércio, que certamente vai gerar mais quebradeira e desemprego para os trabalhadores”, alerta ele.

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