Inadimplência em Belo Horizonte tem aumento

Os dados sobre endividamento e inadimplência em Belo Horizonte, em maio, indicaram aquecimento do consumo. Segundo pesquisa divulgada nesta semana pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG), o percentual de endividados chegou a 78,6% em maio, com alta de 1,9 ponto percentual na relação com abril (76,8%), sendo o 11º aumento consecutivo. Em maio deste ano na comparação com igual mês do ano passado (60,7%), o incremento foi bem mais significativo: 18 pontos percentuais.
Os resultados fazem parte Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), elaborada pela Fecomércio MG com dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Por outro lado, a inadimplência mostrou queda, passando de 34,9% em abril para 31,1% em maio (-3,8 pontos percentuais). Mas na comparação anual, houve aumento de 4,1 pontos percentuais: em maio de 2018, o índice estava em 27%. O número de consumidores que não terão condições de quitar suas dívidas apresentou queda de 3,3 pontos percentuais, passando de 16,1% em abril para 12,8% em maio. Já no comparativo com maio de 2018 (11,4%), houve pequeno avanço de 1,4 ponto percentual.
Economista da Fecomércio MG, Guilherme Almeida explica que a pesquisa considera como conceito de endividado aquela pessoa que recorre a algum tipo de financiamento e empréstimo para adquirir bens ou serviços. Já a inadimplência leva em consideração os consumidores que não terão como pagar as dívidas. Como na passagem de maio para abril o índice de endividados subiu, mas o de inadimplentes caiu, a pesquisa mostra alta do consumo atribuída ao aumento da oferta de crédito.
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O economista ressalta, porém, que ainda não é possível falar em tendência de aumento do consumo, pois é necessária uma observação dos resultados por um período maior.
A queda da inadimplência na passagem de abril para maio pode estar ligada a uma maior organização do planejamento familiar ou mesmo à passagem dos meses iniciais do ano.
De acordo com a pesquisa, a principal modalidade de dívida continua sendo o cartão de crédito, que aumentou de 79,5% em abril para 82,9% em maio. As demais dívidas são carnês (14,8%); financiamento de carro (14,7%); financiamento de casa (9,5%); crédito consignado (9,3%); crédito pessoal (5%); cheque pré-datado (2,1%); outras dívidas (0,4%).
Dos 78,7% dos consumidores com algum compromisso financeiro, 16,1% consideram que estão muito endividados. Outros 20,1% consideram que estão “mais ou menos” endividados, mas a maior parte – 42,5% – diz que está pouco endividada. Nesse cenário, 21,3% não têm dívidas.
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