Inadimplência das empresas de BH é menor que as do restante do Estado e do País

As empresas de Belo Horizonte (BH) fecharam setembro com menos contas em atraso que as do restante do Estado e do Brasil. O índice de inadimplência das pessoas jurídicas no nono mês do ano, em comparação ao mesmo período de 2023, ainda assim cresceu 0,42%. Enquanto isso, no País, o aumento foi de 4,24% e, no Estado, 3,69%. Na região Sudeste, por sua vez, o indicador marcou 4,38% de elevação na inadimplência.
Os dados são do levantamento da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), que também apontou que o valor devido pelas pessoas jurídicas de Belo Horizonte é, em média, de R$ 5.685,22 para o período, o que representa uma leve redução em comparação a junho (R$ 5.754,89) e julho (R$ 5.686,43) e um aumento de 0,55% em relação a agosto (R$ 5.654,47).
Segundo o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva, as empresas de BH têm apresentado melhora em suas finanças e capacidade de pagamento ao longo de 2024, conseguindo, assim, fugir da inadimplência.
“Isso demonstra que, ao contrário do restante do Brasil e do Estado, as pessoas jurídicas de Belo Horizonte estão mais resilientes em relação às mudanças econômicas”, considerou o dirigente.
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O levantamento também indicou que os principais débitos das empresas da Capital mineira são referentes a bancos, com crescimento de 3,76%, e serviços de comunicação, como telefonia e internet, com aumento de 3,35%. Contas de água, luz e comércio (produtos adquiridos em outras empresas) tiveram redução de inadimplência em 2,92% e 4,49%, respectivamente em setembro.
Para a economista da CDL/BH, Ana Paula Bastos, as empresas de Belo Horizonte vêm apresentando uma menor inadimplência em relação aos anos anteriores.
“Isso deve-se ao fato dessa melhora do cenário econômico, com a atividade econômica crescendo e com maior renda em circulação, as empresas estão tendo caixa para pagar suas dívidas e para pagar os débitos que estavam em atraso, quando passamos por um período de baixo crescimento econômico”, avaliou ela.
De acordo com Ana Paula, a economia atualmente está passando um processo de crescimento. “Tivemos crescimento do PIB, a taxa de desemprego está em patamares bem mais baixos do que em relação aos anos anteriores, a inflação está caminhando de forma benigna e há maior renda disponível no mercado. Isso faz com que haja um crescimento da atividade econômica e, consequentemente, uma menor inadimplência”, enumerou a economista.
Os seguintes setores aumentaram o cadastro de CNPJs negativados na base do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil):
- Serviços (51,13%),
- Comércio (29,09%)
- e Indústria (6,33%).
Em contrapartida, a Agricultura reduziu a negativação em 0,12%.
O valor médio devido pelos setores é:
- Agricultura: R$ 4.796,35
- Serviços: R$ 5.507,64
- Indústria: R$ 5.844,34
- Comércio: R$ 6.696,00
Para o presidente da CDL/BH, os dados sugerem que, apesar de algumas melhorias, o setor de comércio e serviços e a indústria são os que mais enfrentam desafios em relação à inadimplência das empresas em BH.
“Em relação ao comércio, isso acontece pela sazonalidade de vendas existentes no setor, dependência do crédito e, muitas vezes, pela falta de gestão financeira das empresas”, pontuou o presidente.
Inadimplência por CNPJ veio caindo em BH ao longo dos meses
O Indicador do número de dívidas por CNPJ em 2024 apresentou um início de ano com níveis mais altos, atingindo o seu maior percentual em janeiro (7,70%), seguido por uma desaceleração gradual ao longo dos meses.
Após um pico em março, o indicador recuou em abril e, em julho e agosto, atingiu valores negativos, indicando que as empresas conseguiram manter suas finanças em dia. Contudo, em setembro, o índice apresentou um crescimento de 0,92% no número de dívidas por CNPJ, em comparação mesmo período de 2023. Na análise mensal (Set.24/Ago.24), o avanço foi de 0,88%.
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