Inadimplência das empresas de Minas Gerais está abaixo da média nacional, aponta Serasa

Em novembro de 2024, 26,4% dos negócios de Minas Gerais estavam com as contas negativadas, de acordo com o Indicador de Inadimplência das Empresas da Serasa Experian. A taxa de inadimplência dos empreendimentos do Estado está abaixo da média nacional, que foi de 31,9% do total de companhias do País no mesmo período.
Segundo o levantamento, foram registrados pouco mais de 623 mil negócios inadimplentes em território mineiro no penúltimo mês do ano passado. O montante é 3,4% superior a novembro de 2023, quando o Estado concentrava 602 mil companhias com as contas no vermelho.
Cerca de 94,5% dos negócios em situação de inadimplência em Minas Gerais, em novembro de 2024, são Micro e Pequenas Empresas (MPEs). O levantamento também registrou o volume de 4,4 milhões de dívidas das empresas mineiras no mês, um crescimento de 13,6% na comparação ano a ano.
Para o economista da Crowe Macro Brasil, Ricardo Rodil, apesar da maioria dos empreendedores terem conhecimento sobre o produto ou serviço que vão oferecer, falta planejamento empresarial, sobretudo nos micro e pequenos negócios, o que contribui para o não cumprimento dos pagamentos.
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“A falta de habilidade administrativa e financeira contribui para a inadimplência. Estamos em uma conjuntura um pouco complicada hoje no Brasil, mas mesmo nas melhores épocas acontecem muitas falências de empresas novas”, disse.
Todas as dívidas das empresas de Minas Gerais em novembro de 2024 somaram R$ 13,1 bilhões. O montante é 37,5% superior à soma das dívidas das companhias mineiras no mesmo período de 2023, que foi de R$ 9,5 bilhões.
Ainda de acordo com os dados do Indicador de Inadimplência das Empresas da Serasa Experian, o endividamento médio das empresas mineiras foi de R$ 21,1 mil, resultado 32,9% superior ao registrado em novembro de 2023. Em média, cada CNPJ negativado no Estado possuía sete contas atrasadas no penúltimo mês do ano passado.
Rodil afirma que um patamar elevado da taxa básica de juros (Selic) deixa a situação ainda mais difícil para as empresas, já que os empréstimos têm juros superiores à Selic. Para ele, o cenário é mais complexo nos setores de comércio e serviços, que, diferente da indústria, não têm ativos suficientes para utilizar com garantia. Nestes casos, os financiamentos têm juros mais elevados, o que aumenta o custo com o serviço da dívida e o risco de inadimplência.
O indicador da Serasa mostra que, em todo o País, 55,1% dos atrasos nos pagamentos das empresas no mês de novembro de 2024 foram registrados no setor de serviços e 35,6% no comércio. A indústria representou apenas 8% da inadimplência das empresas do Brasil.
“O primeiro passo é parar tudo, renegociar, sentar com o banco e conseguir alguma coisa”, analisa o economista. “Antes, fazer a lição de casa, ter um planejamento com alternativas. O que acontece se o mercado melhorar, piorar, se o custo subir, se baixar. Ter um panorama mais ou menos dos caminhos possíveis para ter melhores condições de negociar, porque tem um plano de negócios”, completa.
Endividamento das empresas no Brasil sobe 23% em novembro
Em todo o País, eram sete milhões de empresas que estavam com as contas no vermelho em novembro de 2024. O resultado é 6% superior ao registrado no mesmo período de 2023. Cerca de 6,5 milhões dos negócios inadimplentes no Brasil eram MPEs.
O levantamento da Serasa Experian também registrou o volume de 50,4 milhões de dívidas no penúltimo mês do ano passado, um crescimento de 7,9% na comparação ano a ano. Todas essas dívidas das empresas brasileiras equivalem a R$ 153,4 bilhões, valor 23% superior à soma das dívidas das companhias do País em novembro de 2023.
O endividamento médio das empresas no Brasil é de R$ 22 mil, resultado 16,9% acima do registrado em novembro de 2023. Somente as dívidas das MPEs no Brasil somadas ultrapassaram R$ 131,8 bilhões no penúltimo mês de 2024. O valor é 22,7% maior à soma das dívidas das MPEs brasileiras no mesmo período de 2023.
Entre os estados brasileiros, Alagoas registrou a maior taxa de inadimplência das empresas no Brasil, com 41,7% de suas companhias com pendências financeiras. Em seguida, aparecem Roraima (40,8%) e o Distrito Federal (40,4%) como os estados com a maior taxa de CNPJs no vermelho.
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