Economia

Inadimplência fica abaixo da média nacional em Minas

Dados mostram uma quebra de tendência de alta pela primeira vez no ano
Inadimplência fica abaixo da média nacional em Minas
Atualmente são 6.633.373 mineiros inadimplentes, cujas dívidas somam mais de R$ 30,5 bilhões | Crédito: Adobe Stock

O Brasil registrou, em junho, queda pela primeira vez no número de inadimplentes em 2023, segundo dados da Serasa. A redução foi de 450 mil endividados em relação a maio, uma queda de 0,63%. Em Minas Gerais, o índice de inadimplência ficou em 39,42% da população, menor que o dado nacional de 43,78% da população. Ao todo, ainda são 6.633.373 mineiros inadimplentes, cujas dívidas somam mais de R$ 30,5 bilhões.

A gerente do Serasa Limpa Nome, Aline Maciel, avalia que apesar do cenário econômico estar ainda desfavorável, com inflação e juros altos, “a primeira queda na inadimplência do ano representa um dado significativo que pode sinalizar melhoras na saúde financeira dos consumidores”.

O economista Leonardo Pontes também acredita ser um sinal bastante positivo. Para ele, só o anúncio do programa ‘Desenrola’ do governo, que iniciou este mês, já pode ter feito as famílias procurarem negociação.

“É um sinal positivo, uma reversão de tendência. É sinal que as pessoas estão começando a regularizar a situação financeira e criando compromissos para o futuro de forma otimista”, alega. Ele explica que o número de famílias endividadas foi crescendo de maneira exponencial e essa queda é importante para a economia do País. “Para a economia crescer, as pessoas precisam consumir, e para isso, elas precisam ter capacidade de endividamento”, analisa.

O especialista em Educação Financeira no Grupo Suno, economista Guilherme Almeida, acredita que é muito cedo para encarar a redução como uma tendência. Ele acredita que o aumento do emprego formal registrado em maio no País, 150 mil postos de trabalho, pode ter refletido nessa queda. “Ao passar a ter uma nova fonte de renda, a pessoa procura regularizar a situação financeira”, avalia.

Outro indício apresentado por Almeida para a redução dos inadimplentes seria uma organização de uma parcela da população para quitar seus compromissos financeiros em aberto, uma vez que inadimplentes, elas não conseguem consumir bens mais duráveis. “O mais importante é que elas façam este planejamento e que, de fato, honrem o compromisso para não retornarem à situação de inadimplência”, diz.

Para o assessor de investimento Altino Junior, o brasileiro está se educando financeiramente. “Estamos num período pós-pandemia em que o cidadão foi muito afetado pela alta dos preços, desemprego, falências. E com isso, entendeu a importância de ter o nome limpo para retomar a vida afetada pela pandemia e até ter uma reserva financeira”, avalia.

Mais números

Os dados do Serasa mostram ainda que o número total de dívidas também caiu no País, passando de 264,5 milhões (maio) para 262,8 milhões (junho), uma queda de -0,62%. Já o valor total de dívidas no mês passado ficou em R$ 346,3 bilhões, com um valor médio das dívidas por pessoa de R$ 4.846,15.

Guilherme Almeida avalia que o cenário ainda é desafiador e o número de inadimplentes ainda é muito alto e o valor das dívidas também. Para ele, é preciso atenção, pois o crédito continua caro, mesmo com as melhorias já anunciadas ou esperadas. “O patamar ainda é preocupante, mas o ‘Desenrola’ pode nos transferir para um patamar não tão preocupante assim”, avalia.

As faixas etárias com as maiores fatias da população com nome restrito são de 41 a 60 anos, representando 34,8%, e 26 a 40 anos, correspondendo a 34,7% do total de inadimplentes. A faixa etária acima de 60 anos representa 18,1%.

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