Inadimplência da taxa de condomínio bate recorde em Minas Gerais

Em outubro de 2024, a inadimplência com a taxa de condomínio bateu recorde no ano em Minas Gerais, atingindo 13,04% em média. O índice representa um aumento de 4,6 pontos percentuais em relação ao indicador de setembro, que foi da ordem de 8,44%. A elevação segue uma tendência verificada em todo o País, que registrou uma média nacional de 13,84% de inadimplência.
Os dados são do levantamento realizado pela Superlógica, plataforma de soluções tecnológicas e financeiras para os mercados condominial e imobiliário. Para o diretor da unidade de Negócios de Crédito da empresa, João Baroni, a inadimplência com o condomínio vem subindo e os principais motivos são o aumento da inflação e da taxa de juros.
“São fatores que reduzem o poder de compra da população e, consequentemente, aumentam a inadimplência – sobretudo a condominial, dada a prioridade de pagamento das pessoas por despesas mais caras, como cartão de crédito, empréstimos e cheque especial”, considera.
A elevação da inadimplência das taxas de condomínio em Minas no mês de outubro inverte o movimento dos três meses anteriores no Estado, quando em julho, agosto e setembro, o índice apurado havia retrocedido.
“Além da inflação e da alta dos juros, que impactam o custo de vida das pessoas, observamos que as bets também têm impactado nos gastos de muitas pessoas. Sabemos que isso tem reflexo na inadimplência por ser mais um fator de comprometimento do orçamento familiar”, enumera Baroni.
O relatório foi feito com aproximadamente 70 mil condomínios em todas as regiões do Brasil, somando mais de 3 milhões de imóveis (casas e apartamentos) no País, que possuem boletos que estão há mais de 30 dias sem pagamento ou que foram pagos com atraso de mais de 30 dias.
O levantamento leva em consideração o valor da taxa de condomínio, o tipo de imóvel (apartamento ou casa) e a sua localização, além das datas de vencimento e pagamento, que mostram se há inadimplência ou não.
Veja quais estados lideraram o ranking de inadimplência no condomínio em outubro
- Goiás (22,66%)
- Mato Grosso (17,64%)
- Alagoas (15,85%)
- Rio Grande do Norte (14,85%)
- Amazonas (14,85%)
- Rondônia (14,37%)
- Maranhão (13,26%)
- Paraíba (13,17%)
- Minas Gerais (13,04%)
- Pará (12,78%)
- São Paulo (12,52%)
Saiba quais foram os estados com menores índices inadimplência no período
- Espírito Santo (8,02%)
- Ceará (9,06%)
- Pernambuco (9,23%)
- Paraná (9,44%)
- Mato Grosso do Sul (9,59%)
- Distrito Federal (10,36%)
- Santa Catarina (10,66%)
- Sergipe (10,89%)
- Rio Grande do Sul (10,96%)
- Rio de Janeiro (11,24%)
- Bahia (12,45%)
O levantamento revela também que, entre janeiro e outubro de 2024, o valor da taxa de condomínio no Brasil, em média, aumentou bem acima da inflação: de R$ 828,03 para R$ 901,74, uma elevação de 8,9% – 5,02 pontos percentuais a mais que o IPCA do período (3,88%).
Por sua vez, a alta em Minas Gerais foi menor, da ordem de 7,6%, mas ainda assim superior ao índice inflacionário. A taxa de condomínio no Estado passou de R$ 480,56 em janeiro para R$ 516,91 em outubro.
As menores variações do período no país foram as da Bahia (2,27%), Paraná (4,57%) e Ceará (5,32%). Os maiores aumentos da taxa condominial foram verificados no Rio de Janeiro (16,75%), Espírito Santo (13,46%), Distrito Federal (12,48%) e Rio Grande do Sul (11,97%).
Na comparação com o salário mínimo brasileiro atual, que é de R$ 1.412, na média nacional, a taxa de condomínio equivale a 63% do salário mínimo. A taxa média de condomínio em Minas Gerais, em valores nominais, equivale a 36,6% da remuneração mínima do trabalhador.
Inadimplência traz prejuízos para condomínio e moradores
A inadimplência da taxa condominial traz consequências prejudiciais tanto para os condôminos como para o próprio condomínio. O morador corre o risco de perder até o imóvel por não pagar a cota, caso a dívida seja judicializada e o imóvel colocado em leilão.
Por outro lado, o gerenciamento de gastos da coletividade torna-se incerto, muitas vezes inviabilizando manutenções de rotina e obras de melhoria.
Ouça a rádio de Minas