Recuperação do consumo está mais lenta na capital mineira

A inadimplência dos consumidores belo-horizontinos se manteve estável durante o mês de outubro. O percentual de famílias com contas em atraso registrou leve recuo na Capital e passou de 34,5% em setembro para 34% em outubro, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada ontem pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG).
O levantamento apontou ainda que o volume de pessoas que não conseguiram quitar os débitos vencidos caiu para 15,9% em outubro frente aos 16,6% registrados em setembro e que 67,3% dos consumidores estão endividados, valor um pouco superior aos 66,7% apurados no mês anterior.
“A manutenção do endividamento praticamente nos mesmos patamares sugere um ritmo mais lento na recuperação do consumo. No entanto, as famílias têm sentido a necessidade de colocar as contas em dia e buscado reduzir as dívidas atrasadas, inclusive pela proximidade das festas de final de ano”, afirmou o economista da Fecomércio-MG, Guilherme Almeida.
O cartão de crédito é o principal compromisso financeiro assumido pelos consumidores de Belo Horizonte, modalidade de dívida citada por 77,8% dos entrevistados. Os outros tipos de dívida adquirida pelos consumidores são o financiamento de carro (18,4%), financiamento de casa (16,6%), carnês (16,5%) e cheque especial (12,4%).
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O uso do cartão de crédito para pagar contas e para as compras do mês requer planejamento por parte dos consumidores, como destacou Almeida. “É importante atenção e planejamento dos gastos para não perder o controle do orçamento, pois o cartão possui os maiores juros praticados no mercado, que chegam, em média, a 278,88% ao ano no crédito rotativo”, alertou.
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Período – A maioria das famílias com contas pendentes (58,3%) afirma que o período de devido é superior a 90 dias. Além disso, grande parte das famílias endividadas (74,1%) está comprometida com dívidas por um tempo igual ou superior a 90 dias.
Considerando o total da renda mensal, 52,4% dos entrevistados têm entre 11% e 50% da renda comprometida com dívidas mensais, enquanto outros 24%, aproximadamente, estão com mais da metade do orçamento mensal envolvido em financiamentos diversos.
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