Inadimplência tem ligeira queda em BH

A quantidade de inadimplentes está cada vez menor em Belo Horizonte. Em novembro, o número chegou a 32,6%, o que representa uma queda de 0,2 ponto percentual (p.p.) em relação a outubro (32,8%). Trata-se do menor patamar observado nos últimos seis meses.
Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) elaborada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG), com os dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
De acordo com o economista-chefe da Fecomércio-MG, Guilherme Almeida, a redução que vem sendo verificada ao longo dos meses é um reflexo da preocupação das famílias em colocar as contas em dia, uma vez que a inadimplência deixa os consumidores à margem do mercado. Muitos, diz ele, estão inclusive utilizando o auxílio emergencial para quitar os compromissos financeiros.
“A inadimplência baixa é positiva tanto para o consumidor quanto para o setor produtivo, principalmente para o varejo”, salienta ele. Isso porque, sinaliza, sem acesso ao crédito, muitas pessoas acabam reduzindo consideravelmente o consumo.
Mas se muitos estão utilizando o auxílio emergencial para pagar as contas, o possível fim dele poderá causar um impacto negativo nos números, ressalta Almeida, e a inadimplência poderá subir novamente.
A esse fator acrescenta-se também, segundo o economista-chefe da Fecomércio-MG, as incertezas em relação à economia, uma vez que ainda não se sabe como será a retomada dos empregos, o que também poderá impactar mais ou menos os números.
Endividamento – As incertezas atuais também têm contribuído para que as pessoas se endividem menos, ou seja, os consumidores estão fazendo menos compras parceladas.
De acordo com os dados que foram divulgados pela Fecomércio-MG, o endividamento dos belo-horizontinos apresentou queda de 1,5 p.p. em novembro (68,8%) na comparação com outubro (70,3%).
“Essa redução é um reflexo da cautela que as famílias estão tendo. Muitas já vislumbram o começo do ano, com compromissos obrigatórios, como o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA)”, destaca Almeida.
A pesquisa também mostra que entre aqueles que ainda estão contraindo dívidas, o cartão de crédito (83,7%) é o recurso mais utilizado. Posteriormente, vêm os carnês (12,7%), o financiamento de carro (10,2%), o financiamento imobiliário (9,9%), o cheque especial (7,9%), o crédito consignado (6,9%) e o crédito pessoal (5,8%).
O endividamento na capital mineira representa para 75,5% dos casos até 50% da renda da família. Já para 22,3% das pessoas, corresponde a mais da metade do orçamento mensal. O tempo de comprometimento dos ganhos é de, em média, um período de sete meses, de acordo com os dados da Fecomércio-MG.
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