Número de inadimplentes cai no Brasil, mas dívidas com bancos continuam altas

O número de pessoas inadimplentes — ou seja, pessoas endividadas — teve uma leve queda no mês de setembro deste ano, e agora está em 66,56 milhões de brasileiros. Os dados contabilizados abrangem informações das capitais e do interior dos 26 estados brasileiros, além do Distrito Federal. A queda no número de devedores foi de -0,39%, de agosto para setembro de 2023.
O indicador, realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), mostra que quatro a cada dez brasileiros adultos estão negativados, atualmente.
Em setembro de 2023, cada consumidor negativado devia, em média, R$ 4.256,61, na soma de todas as modalidades. As maiores dívidas são com os bancos (63,61%), seguidas pelas dívidas com água e luz (11,67%), com o setor de comércio, com 11,40%; e outros, com 6,84% do total de dívidas.
O presidente da CNDL, José César da Costa, listou alguns fatores que podem ter ajudado na redução do indicador. “A queda na informalidade do mercado de trabalho, a diminuição dos preços da cesta básica, a melhora nas taxas de desemprego e na renda da população apontam para um cenário melhor na inadimplência e no endividamento das famílias nos próximos meses. Apesar disso, a taxa básica de juros ainda é alta no País, por isso é possível ter oscilações na inadimplência dos consumidores, apesar da tendência ser de queda.”
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O número de devedores com participação mais expressiva, em setembro, está na faixa etária de 30 a 39 anos (23,76%). A faixa etária de 40 a 49 vem logo após, seguida pela faixa dos 50 a 64 anos. Quanto à participação dos devedores por sexo, segue bem distribuída, sendo 51,11% mulheres e 48,89% homens.
Em setembro de 2023, o número de dívidas em atraso no Brasil teve crescimento de 12,71%, em relação ao mesmo período de 2022. O dado observado em setembro deste ano ficou acima da variação anual observada no mês anterior. Na passagem de agosto para setembro, o número de dívidas apresentou alta de 0,23%.
“É sempre positivo para o País a queda na inadimplência, mas o consumidor ainda precisa se manter atento, já que o endividamento se mantém em patamares elevados há anos, especialmente quando se trata das dívidas com os bancos. Os juros ainda são altos e o mercado está atento ao movimento necessário do governo em limitar os juros cobrados pelos cartões de crédito”, aponta o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Júnior.
*Estagiária sob supervisão da edição.
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