Economia

Indefinição sobre padrão Mercosul de placas gera perda para empresas

Indefinição sobre padrão Mercosul de placas gera perda para empresas
Crédito: CHARLES SILVA DUARTE/Arquivo dc

A indefinição do prazo para a implantação das placas veiculares no padrão Mercosul, em Minas Gerais, está causando prejuízos para as empresas estampadoras do Estado. De acordo com a Associação Mineira dos Estampadores de Placas Veiculares (Afapemg), composta por mais de 400 empresas, após investirem em torno de R$ 70 milhões, as empresas estão com os equipamentos parados e encontrando dificuldades em adquirir placas do modelo antigo.

De acordo com o presidente da Afapemg, Altemiro Almeida Assis, a situação vem causando perdas e o setor está receoso com a indefinição. Em dezembro do ano passado, o então governador do Estado, Fernando Pimentel, assinou decreto suspendendo a implantação do novo modelo de placa em Minas Gerais.

A decisão do assunto ficou para o atual governo, que ainda não se manifestou sobre a questão. Ainda de acordo com Assis, a última resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) sobre o assunto determina a implantação do novo modelo em todos os estados até 30 de junho.

“As empresas instaladas em Minas Gerais investiram alto para atender a demanda e, até agora, não temos um posicionamento do governo de Minas Gerais em relação ao início da implantação da placa modelo Mercosul. Além do aporte nos equipamentos necessários, houve investimento na capacitação da mão de obra. As empresas estão prontas para começar a produzir o novo modelo, só falta uma definição do governo”.

Conforme explicou Assis, para a produção do novo modelo de placa automotiva, as empresas mineiras investiram entre R$ 125 mil e R$ 160 mil. No Estado, estão aptas a realizar o serviço 444 empresas, o que representa um investimento médio de R$ 70 milhões.

“Além de estarem com os equipamentos parados, as empresas estampadoras já encontram dificuldades em adquirir as placas do modelo antigo, o que causa prejuízos para o setor”, destacou.

Assis afirma que a implantação da placa veicular modelo Mercosul irá trazer inúmeros benefícios e não terá aumento de custos para o consumidor. Hoje, uma placa do modelo antigo custa entre R$ 180 e R$ 250, valor que deve permanecer mesmo após a implantação do novo modelo.

Mais segurança – A adoção da placa modelo Mercosul tem o objetivo de unificar as placas de veículos do Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, países componentes do bloco econômico. A ideia é facilitar a circulação dos veículos e ampliar a segurança viária entre os países.

Além disso, o novo modelo de placa é totalmente rastreável. Através do QR Code presente no modelo é possível identificar desde a empresa que fabricou a placa, passando pela estampadora até a identidade de quem retirou a placa. Tudo isso, segundo Assis, é fundamental para ampliar a segurança e evitar fraudes, como a clonagem das placas, por exemplo. Além disso, o modelo pode ser lido por radares, o que facilita a identificação de veículos roubados e em situação irregular.

Em relação ao mercado, a expectativa é de encerrar o ano com crescimento de 10% na demanda por placas veiculares, o que vem sendo estimulado pela maior venda de automóveis. Caso a implantação do novo modelo ocorra em Minas Gerais, a tendência é de que ocorra elevação ainda maior. No Estado, o setor gera em torno de 6 mil empregos diretos.

“Nossa expectativa em relação ao mercado é positiva e esperamos que o novo modelo seja implantado o mais rápido possível no Estado. Após a implantação, acreditamos que as vendas do setor serão ainda mais impulsionadas. Isso devido à segurança oferecida pelo novo modelo, o que deve estimular a troca das placas de modelo antigo pela nova”, detalhou Assis.

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