Economia

Indicadores industriais recuam em janeiro

Indicadores industriais recuam em janeiro
Índice de utilização da capacidade instalada continua abaixo da média histórica em Minas | Crédito: Alisson J. Silva

A indústria mineira iniciou 2022 com baixa na atividade. Tanto a produção quanto o número de empregados sofreram retração no primeiro mês do ano. Como consequência, a utilização da capacidade instalada ficou abaixo da usual para janeiro e da média histórica e as empresas encerraram o mês com os estoques acima do nível planejado pela terceira vez consecutiva, após um ano e meio abaixo desse patamar. 

Os dados são da Sondagem Industrial da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) e na avaliação da gerente de Economia da entidade, Daniela Brito, refletem a continuidade de um movimento iniciado no final do ano passado. “Há alguns problemas nas cadeias de suprimento, mas também foi observada redução da demanda, justamente pela escalada inflacionária, que acaba corroendo o poder de compra das famílias”, diz.

Para os próximos meses, o levantamento ainda indica otimismo junto aos industriais. Porém, a especialista chama atenção para fatores que ainda preocupam e devem trazer algum impacto sobre a indústria no decorrer do exercício.

“O avanço da vacinação e a manutenção das atividades têm contribuído para a sustentação do otimismo dos empresários. No entanto, ainda existe uma preocupação com a inflação, que continua bastante elevada; com o mercado de trabalho, que ainda segue fragilizado, apesar da melhora; com a escassez de insumos e matérias-primas, que ainda permeiam alguns setores; e com as incertezas em relação às eleições”, explica.

Em janeiro, segundo a Sondagem, o índice de evolução da produção chegou a 40,8 pontos, sinalizando, pelo segundo mês consecutivo, retração da produção industrial. Houve leve crescimento frente a dezembro, mas queda na comparação com janeiro de 2021 e foi o menor resultado para o mês em seis anos. O indicador de evolução do número de empregados também apurou queda do emprego em janeiro (48,6 pontos). O índice ficou um pouco acima do verificado em dezembro, mas abaixo do número de 2021.

O índice de utilização da capacidade instalada efetiva em relação à usual marcou 40,2 pontos no mês passado. Ao ficar abaixo dos 50 pontos, mostrou – pela 14ª vez consecutiva – que as indústrias operaram com capacidade produtiva inferior à habitual para o mês. Além disso, o índice ficou 1,2 ponto abaixo da sua média histórica (41,4 pontos).

Em termos de estoque, o índice ficou abaixo dos 50 pontos pelo terceiro mês consecutivo, marcando 49,8 pontos. Contudo, as empresas registraram níveis de estoques superiores ao planejado (52,4 pontos) pela terceira vez seguida, após 18 meses registrando estoques abaixo do planejado.

Expectativas da indústria

O índice de expectativa da demanda saiu de 56,9 pontos em janeiro para 58,3 pontos em fevereiro. Ao ficar acima dos 50 pontos mostrou, pelo 20° mês seguido, perspectiva de elevação da demanda no curto prazo. De qualquer maneira, o índice foi o menor para o mês em quatro anos.

Em termos de compras de matérias-primas foram alcançados 54,8 pontos. O resultado sinalizou perspectiva de elevação das compras pela 20ª vez consecutiva. Mas, ainda assim, o número foi o menor para o mês em quatro anos.

Já o indicador de expectativa do número de empregados registrou 53,1 pontos em fevereiro, mostrando, pela 20ª vez seguida, perspectiva de crescimento do emprego nos próximos seis meses, mas também foi o menor para o mês em quatro anos.

Por fim, o indicador de intenção de investimento passou de 62,2 pontos no mês passado para 59,7 pontos neste. Em fevereiro de 2021 o resultado havia sido de 60,9 pontos, por isso, este foi o menor indicador para o mês desde 2019.

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