Índice de Confiança do Consumidor de BH recua 4,15% em março

O Índice de Confiança do Consumidor de Belo Horizonte (ICC-BH) registrou recuo de 4,15% em março deste ano em relação ao mês anterior, conforme levantamento da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Fundação Ipead) divulgado nesta segunda-feira (31). O patamar atual do ICC-BH é o menor desde agosto de 2024 (39,09). Em 2025, o ICC-BH registra diminuição acumulada de 10,02%, e nos últimos doze meses, queda de 7,34%.
O índice marca 39,24 pontos em uma escala que varia de zero a 100, onde zero denota um sentimento de pessimismo total e 100 simboliza um sentimento de otimismo total. O valor intermediário de 50 marca o limiar entre pessimismo e otimismo.
Em fevereiro, puxada por uma melhor percepção do emprego, a confiança do consumidor belo-horizontino subiu e marcou 40,94 pontos.
O economista da Fundação Ipead Diogo Santos ressalta que a percepção da população de Belo Horizonte sobre a situação econômica do País, com queda de 14,13%, teve a maior variação negativa de março, impactando no índice no mês.
Ele acrescenta que a variação negativa do ICC-BH no terceiro mês de 2025 é explicada pelo recuo em cinco dos seis componentes do índice. Além da pesquisa piora na percepção da população em relação à situação econômica do País, a queda foi verificada para:
- pretensão de compra (-9,34%)
- situação financeira da família em relação ao passado (-3,53%)
- emprego (-2,45%)
- situação financeira da família atual (-1,30%).
Somente a percepção quanto à inflação apresentou melhora no mês (0,84%).
Percepção sobre situação econômica e financeira, inflação e emprego
A pesquisa mostra que a percepção da população em relação aos componentes inflação, situação econômica do País, emprego e situação financeira da família em relação ao passado continua abaixo de 50 pontos, marco que simboliza a passagem entre pessimismo e otimismo da população a respeito da conjuntura econômica geral e familiar.
A avaliação da população em relação à inflação registrou 23,53 pontos, à situação econômica do País ficou com 26,58 pontos, o emprego marcou 39,08 pontos e à situação financeira da família em relação ao passado, 48,81 pontos. Já a percepção sobre a situação financeira da família atual mantém-se acima de 50 pontos.
Categorias do Índice de Confiança do Consumidor
O ICC se divide em duas categorias, o Índice de Expectativa Econômica (IEE) e o Índice de Expectativa Financeira (IEF). O IEE caiu 5,49% em março. A piora na percepção da população em relação à situação econômica do País e ao emprego foram os fatores que contribuíram para a queda.
O IEF também registrou retração de 3,12% em relação a fevereiro de 2025. O economista da Fundação Ipead explica que esse recuo foi impulsionado pelas diminuições da pretensão de compra (-9,34%), situação financeira da família em relação ao passado (-3,53%) e situação financeira da família atual (-1,30%) em março de 2025 em relação a fevereiro do mesmo ano.
“A redução na pretensão de compra, em especial, de produtos de maior valor que necessitam de crédito, tem relação com o aumento dos juros. É um efeito já esperado da política monetária, que é frear o consumo”, analisa.
O ICC-BH apresentou altas em setembro e outubro de 2024, seguidas de queda em novembro e alta expressiva em dezembro. Com a queda, avaliada como expressiva pela Fundação Ipead, observada em janeiro de 2025, a maior parte da melhora observada em dezembro foi revertida. Já em fevereiro, a fundação verificou uma leve alta que também foi revertida agora em março com o recuo.
A pesquisa conduzida pela Fundação Ipead também apresenta os grupos de bens e serviços que os consumidores planejam adquirir nos próximos três meses. O grupo de vestuário e calçados (17,65%) e veículos (9,50%), lideram em termos de intenção de compra.
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