Economia

Índice de confiança da indústria recua pelo 4º mês seguido

Índice de confiança da indústria recua pelo 4º mês seguido
Crédito: Divulgação

São Paulo – A confiança da indústria no Brasil mostrou em novembro queda pelo quarto mês seguido e chegou ao nível mais baixo desde meados de 2020, diante da piora tanto do cenário atual quanto das perspectivas futuras, segundo dados da Fundação Getulio Vargas (FGV).

A FGV informou na sexta-feira (26) que seu Índice de Confiança da Indústria (ICI) apresentou no mês recuo de 3,1 pontos e foi a 102,1 pontos, menor nível desde agosto de 2020 (98,7 pontos).

“A confiança de novembro sinaliza uma mudança na trajetória de recuperação da indústria de forma disseminada, com 15 dos 19 segmentos apresentando queda da confiança”, destacou a economista do FGV Ibre, Claudia Perdigão, em nota.

“A retração da confiança ocorre em um momento em que a inflação avança, reduzindo a capacidade de compra dos consumidores, ao mesmo tempo em que o desemprego continua elevado. Soma-se a esses pontos choques de custos e gargalos de logística. Como resultado, o setor pode terminar 2021 com o otimismo em queda”, completou.

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Segundo a FGV, o Índice de Situação Atual (ISA), que mede o sentimento dos empresários sobre o momento presente do setor industrial, caiu 4,6 pontos e foi a 103,7 pontos, menor valor desde agosto de 2020 (97,8 pontos).

O Índice de Expectativas (IE), indicador da percepção sobre os próximos meses, caiu 1,6 ponto para 100,3 pontos, menor patamar desde maio desse ano (99 pontos).

Os dados mais recentes do IBGE mostram que a indústria brasileira encerrou o terceiro trimestre com perdas de 1,7% sobre o segundo, depois de recuo da produção de 0,4% em setembro.

Icei da CNI – Já o Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) recuou em 24 dos 30 setores analisados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) na passagem de outubro para novembro deste ano.

Apesar da queda, apenas um setor ficou abaixo da linha de 50 pontos. Todos os demais permanecem confiantes. Dados acima dessa faixa representam confiança e abaixo, falta de confiança. Em novembro, o Icei de produtos de limpeza, perfumaria e higiene pessoal ficou em 49,5 pontos.

O Icei é resultado da média entre a percepção das condições atuais e das expectativas. Ao todo, foram entrevistadas no país 2.340 empresas entre 3 e 12 de novembro.

A economista da CNI Larissa Nocko explicou que o resultado do Icei foi heterogêneo entre os setores. “Todos os componentes do Icei caíram. Quando perguntados sobre a percepção das condições atuais da economia, apenas dois setores a avaliaram positivamente: outros equipamentos de transporte e produtos de madeira. O que mantém o indicador da maior parte dos setores acima de 50 pontos, ou seja, em um cenário de confiança, são as expectativas positivas para os próximos seis meses, ainda que menos otimistas do que no mês anterior”, explicou Larissa, em nota.

As maiores quedas de confiança ocorreram nos setores móveis (4,6 pontos), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e outros (4 pontos) e metalurgia (3,6 pontos). A confiança avançou principalmente nos setores outros equipamentos de transporte (3,3 pontos), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (2,9 pontos) e obras de infraestrutura (2 pontos). (Reuters e ABr)

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