Índice de Confiança da indústria tem alta em junho

O Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei), medido pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), em junho, mostrou elevação de 1,8 ponto em relação a maio, quando somou 56,6 pontos, e atingiu 58,4. A confiança do setor industrial vem oscilando discretamente para cima e para baixo desde o ano passado, mas sem grandes picos de otimismo ou pessimismo.
A estabilidade revela uma certa cautela dos empresários, mesmo que eles se mostrem mais seguros quanto ao momento e, principalmente, em relação ao futuro de seus negócios. “Há 23 meses, tanto o índice geral quanto o de expectativas estão acima de 50, mostrando confiança do empresário da indústria. A última grande alta do índice de confiança geral foi em junho, quando ele alcançou 62,4 pontos”, aponta a economista da Fiemg, Daniela Muniz.
O componente de condições atuais cresceu 2,4 pontos em junho (53,3 pontos) frente a maio (50,9 pontos). Pelo terceiro mês seguido, o indicador mostrou uma percepção positiva dos empresários mineiros com relação à situação atual, ao permanecer acima dos 50 pontos, mas diminuiu 3,2 pontos na comparação com junho de 2021 (56,5 pontos).
Em fevereiro deste ano, a percepção era negativa – 48,8 pontos – e semelhante à dos piores momentos da pandemia, no primeiro semestre do ano passado. Um dos fatores que baixou a confiança do industrial mineiro no início deste ano foi o surgimento da variante Ômicron, que deixou muitos trabalhadores em casa.
O indicador das expectativas dos industriais mineiros para os próximos seis meses aumentou 1,4 ponto entre maio (59,5 pontos) e junho (60,9 pontos). O índice sinalizou perspectivas positivas dos empresários com relação aos seus negócios e às economias brasileira e mineira pelo 24º mês consecutivo, entretanto caiu 4,5 pontos quando comparado a junho de 2021.
Esta relativa estabilidade na percepção dos empresários da indústria se deve a fatores diversos. Por um lado, o ambiente de negócios experimenta uma normalização das atividades, com a ampliação da cobertura vacinal e o fim das restrições sanitárias, depois do início da pandemia.
Mas, ao mesmo tempo, o contexto econômico delicado puxa a confiança para baixo. Inflação, desemprego e queda de renda são agravados pela guerra na Ucrânia e pelos lockdowns na China – que continuam acontecendo, já que lá a política é de tolerância zero com os casos de Covid-19.
“São gargalos que persistem e desorganizam as cadeias globais de produção, aumentando os custos dos insumos e gerando fortes pressões inflacionárias. Os reflexos da alta dos juros, que teve um novo capítulo nesta quarta, já começam a chegar na economia, inibindo o consumo das famílias e o investimento do setor industrial”, observa Daniela Muniz.
“Tudo isso resulta num comportamento cauteloso do empresário, ele fica com um pé atrás diante de um ambiente que é de incerteza. Agrava esse quadro a perspectiva de eleições turbulentas”, completa a economista.
Resultado nacional reforça o otimismo
O Icei nacional avançou 1,3 ponto frente a maio (56,5 pontos) e alcançou 57,8 pontos, mostrando confiança dos industriais brasileiros pelo 23º mês sucessivo. O indicador resulta da ponderação dos índices de condições atuais e de expectativas, que variam de 0 a 100 pontos. Valores acima de 50 pontos indicam percepção de situação atual melhor e expectativa positiva para os próximos seis meses, respectivamente.
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