Economia

Índice de Confiança do Consumidor de Belo Horizonte tem alta de 6% em abril

Situação econômica do País, inflação e emprego tiveram variações positivas e puxaram a alta do índice em BH
Índice de Confiança do Consumidor de Belo Horizonte tem alta de 6% em abril
Foto: Alessandro Carvalho Diário do Comércio

A confiança do consumidor belo-horizontino aumentou em abril de 2025. De acordo com a pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Fundação Ipead), o Índice de Confiança do Consumidor em Belo Horizonte (ICC-BH) registrou uma alta significativa de 6,08% em comparação com março. 

Em 2025, o ICC-BH registra diminuição acumulada de 4,55% e, nos últimos doze meses, alta de 3,44%. O resultado de abril é o melhor do ano, com 41,63 pontos, se recuperando dos 39,24 de março, menor valor registrado em 2025. Em fevereiro, o ICC-BH alcançou os 40,94 pontos, e fechou janeiro com 40,60.

A situação econômica do Brasil, a inflação e o emprego foram os fatores que puxaram o aumento da confiança do consumidor. O principal destaque ficou para a percepção do consumidor da situação econômica do País, que teve a maior variação positiva neste mês, com alta de 24,29%. 

“A situação econômica do País ainda não é das melhores, mas não deu sinal de enfraquecimento com as várias medidas externas que já foram tomadas e que poderiam prejudicar o Brasil (taxações, principalmente). A população provavelmente viu isso como sinal positivo”, explica o gerente de pesquisa da Fundação Ipead Eduardo Antunes.

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Apesar do aumento do índice da situação econômica do País, o gerente esclarece que ainda está muito baixo, com 35,72 pontos. Conforme a pesquisa, a inflação, a situação econômica do País, o emprego e a situação financeira da família em relação ao passado permanecem abaixo de 50 pontos, marco que simboliza a passagem entre pessimismo e otimismo da população. 

“Qualquer período de melhora ou piora na percepção causa impactos significativos na sua subida ou descida. Nesse momento a população viu de forma mais robusta uma melhora na situação econômica do País, mas continua muito pessimista com relação a esse tema e a outros”, observa Antunes. 

Dos índices analisados, o único que está acima dos 50 pontos, que pode ser considerado realmente com otimismo pela população, é a situação financeira atual da família, com 56,13 pontos.

Outros fatores que puxaram a confiança para cima 

A percepção da inflação, que se estabilizou no patamar atual de aproximadamente 7% ao ano, registrou alta de 21,76% em abril. Conforme o pesquisador existem outras variáveis para o crescimento do índice em Belo Horizonte. “Fatores como controle de juros, liberação de recursos e investimentos podem ter contribuído também”, avalia. 

Para Antunes, a queda na percepção ruim do desemprego foi um dos fatores principais para o resultado, já que é um dos itens de maior peso para o índice. Ele reforça que o índice de desemprego é o menor dos últimos 13 anos. A percepção em relação ao emprego melhorou 11,04% no mês. No entanto, o gerente de pesquisas explica que os números são bons, mas com ressalvas. 

“Há boa oferta no quantitativo de vagas, mas com remuneração não muito satisfatória, o que não está atraindo, em uma velocidade satisfatória, a população para sair da fila do desemprego”, analisa.  

Índices em queda no ICC-BH

Apesar da alta no índice geral, alguns componentes como a percepção quanto à situação financeira da família atual (-2,71%), pretensão de compra (-1,91%) e situação financeira da família em relação ao passado (-0,76%) apresentaram pioras no mês de abril. Para Antunes, a margem das famílias é pequena para driblar o orçamento reduzido.

“Quando se fala da economia de dentro de casa a coisa aperta mais. É mais complicado ter uma percepção melhor quando o seu bolso não consegue acompanhar algumas evoluções de preços, principalmente quando o salário é para cobrir as necessidades básicas do dia a dia”, explica. 

Expectativa sobre a confiança do consumidor no futuro

Segundo o pesquisador da Fundação Ipead, o ICC-BH vem oscilando há muito tempo e não ultrapassa a barreira de 50 pontos desde 2013. Ele destaca que não é possível confirmar que essa melhora na confiança do consumidor pode indicar uma tendência de recuperação econômica mais ampla. 

“Percebemos muitas oscilações que nos levam a imaginar que o índice continuará nessa flutuação inconstante, sem um real indicativo que lado vai tomar, girando ainda por um bom tempo nesse patamar entre 39 e 42 pontos”, pontua.

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