Economia

Índice de confiança dos empresários apresenta ligeira queda em Minas

Iscon, do Sebrae, variou pouco nos últimos cinco meses
Índice de confiança dos empresários apresenta ligeira queda em Minas
Setores do comércio e da construção civil foram os destaques positivos do indicador do Sebrae | Crédito: Charles Silva Duarte/Arquivo Diário do Comércio

O índice de confiança dos empresários donos de pequenos negócios em Minas Gerais apresentou uma ligeira queda de dois pontos em março frente ao mês anterior. O Índice Sebrae de Confiança dos Pequenos Negócios (Iscon) ficou em 108 pontos e manteve a tendência de estabilidade dos últimos cinco meses, alternando entre 108 e 110 pontos.

A pesquisa divulgada no dia 13 pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae Minas) ouviu 1204 empreendedores entre os dias 1º e 16 de março. O Iscon mensura a percepção dos empreendedores em relação ao momento econômico e suas atividades, levando em conta os três meses que se passaram e os que estão por vir.

Se o índice de confiança for maior que 100 pontos, isso indica tendência de expansão da atividade; se for igual a 100, tendência de estabilidade da atividade; e, menor que 100 pontos, de retração da atividade.

Assim como o Iscon, o Índice de Situação Esperada (ISE), que mede as expectativas dos empreendedores para os próximos três meses, também apresentou queda de dois pontos em março na comparação com o mês anterior (125), ficando em 123 pontos.

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Já o Índice de Situação Recente, que demonstra a percepção dos empresários sobre suas atividades nos últimos três meses, ficou em 78 pontos em março, um ponto abaixo do registrado em fevereiro (79).

Esse é o quinto mês consecutivo, desde novembro, que o Iscon intercala entre 108 e 110 pontos, com pequenas variações entre os meses. Isso aponta para um cenário de certa estabilidade no nível de atividade econômica, o que é apontado também pela relativa estabilidade na taxa de desemprego. Apesar da estabilidade, os valores estão abaixo da média registrada no ano passado (118).

Na visão de Marcelo de Souza e Silva, presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Minas, esses resultados inferiores à média do Iscon de 2022 podem ser um sinalizador da desaceleração gradual da taxa de crescimento da economia, tanto nacional quanto global. “No âmbito nacional, as incertezas quanto ao regime fiscal persistem e o ciclo atual de política monetária sustenta o cenário de desaceleração da atividade doméstica”, ressalta.

Silva aponta uma sinalização de desaceleração da economia | crédito: Divulgação/CDL-BH

A desaceleração gradual econômica também foi apontada pela assistente da Unidade de Inteligência Empresarial (Uine) do Sebrae Minas, Izabella Diniz Siqueira, como um dos fatores que levaram a essa ligeira queda no mês passado. Segundo ela, isso estaria afetando não só as grandes, mas também as pequenas empresas.

Além da desaceleração econômica, os outros fatores citados pela assistente da Uine do Sebrae Minas foram a alta da taxa de juros, que está freando o consumo no Brasil, e a incerteza quanto às políticas fiscais e monetárias que serão adotadas no País. “Isso tudo pode estar gerando certa incerteza nos pequenos negócios”, conclui.

Porém, Izabella Diniz Siqueira ressalta que, apesar de estar abaixo do nível considerado ideal, o atual momento também não apresenta um declínio constante, mas sim, uma tendência de estabilidade nos últimos cinco meses.

Quanto a uma possibilidade de melhora na confiança dos empreendedores nos próximos meses, a assistente diz que ainda não é possível afirmar algo agora. “Nós temos que continuar acompanhando os indicadores e como será a evolução dessas políticas do governo, a questão fiscal. Porque tudo isso vai impactar na confiança”, explica.

Para ela, ainda é muito cedo para falar de expectativas de melhora ou piora. A única certeza é que estamos em um ambiente de desaceleração econômica, tanto em nível nacional quanto global, mas o que está pesando mais é essa incerteza quanto ao regime fiscal.

Setores e Portes

Na análise por setores, os destaques positivos na comparação com fevereiro foram o comércio e a construção civil, com avanços de dois pontos em ambos os casos, passando de 107 para 109 pontos e de 109 para 111 pontos em março, respectivamente.

Por outro lado, a indústria caiu sete pontos, passando de 110 para 103 pontos; enquanto o setor de serviços diminuiu quatro pontos, de 112 pontos em fevereiro para 109 no último mês.

Izabella Diniz Siqueira explica que essa queda no setor industrial pode ter ocorrido devido a questões ligadas aos preços dos insumos que ficaram mais altos, puxados pela inflação. Já a redução no setor de serviços pode estar relacionada ao fim do período de festividades, como o final de ano e o Carnaval.

Já no comparativo por porte, as empresas de pequeno porte (EPPs) apresentaram um aumento de seis pontos na confiança, ficando com 106 pontos no mês de março. Em contrapartida, a confiança das microempresas (MEs) e dos microempreendedores individuais (MEIs) tiveram queda de três pontos frente a fevereiro deste ano, passando de 113 para 110 pontos e de 110 para 107 pontos, respectivamente.

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