Economia

Intenção de obras em Minas chega a 39,1% em setembro

Para setor, taxa pode subir nos próximos meses com anúncio do programa de financiamento para reformas do governo federal
Intenção de obras em Minas chega a 39,1% em setembro
Entrevistados declararam buscar por entrevistados por reformas e manutenções domésticas, com foco em itens como tinta, cimento e argamassa. | Foto: Pixabay

O Índice de Intenção de Obra (InObra) para os próximos seis meses em Minas Gerais ficou em 39,1% em setembro. A taxa é levantada pela Juntos Somos Mais, plataforma que reúne cerca de 100 mil lojistas e 30 indústrias, incluindo Votorantim Cimentos, Gerdau e Tigre.

Para o setor, o número deve subir nos próximos meses com a chegada do programa de financiamento de reformas, lançado na segunda-feira (20) pelo governo federal.

InObra expectativas em Minas Gerais:

  • Pretende fazer obra em até seis meses: 39,1%
  • Pretende fazer obra em até um ano: 31,9%

No cenário nacional, segundo o índice, 44% dos entrevistados afirmaram que pretendem fazer alguma obra em até seis meses, enquanto 31% apontaram a pretensão em até um ano.

Os dados apontam para um maior interesse dos entrevistados por reformas e manutenções domésticas, com foco em itens como tinta, cimento e argamassa, o que, segundo o estudo, demonstra uma busca por intervenções voltadas à conservação de imóveis em detrimento de reformas estéticas ou de alto custo.

Para a Head de Inteligência da Juntos Somos Mais, Bianca Ferarezi, a retomada observada em setembro pode indicar um novo ciclo de investimento doméstico mas, segundo ela, “ainda é cedo” para associar os resultados com o Reforma Casa Brasil, linha de R$ 40 bilhões do governo federal que vai oferecer financiamentos com juros reduzidos para reformas a partir de 3 de novembro.

“Acreditamos que deva refletir na intenção de obra, principalmente para obras de reforma, mas acompanharemos atentamente nos próximos meses”, disse a especialista. Para players do setor, Bianca Ferarezi recomenda acompanhar a evolução dessa intenção “para antecipar movimentos do consumidor e ajustar estratégias comerciais em um mercado que representa cerca de 7% do PIB nacional”.

Sindicato de material de construção aprova programa

O presidente do Sindicato do Comércio Atacadista e Varejista de Material de Construção, Tintas, Ferragens e Maquinismos de Belo Horizonte e Região (Sindimaco BH e Região), Júlio Gomes Ferreira, também considera cedo para estimar o incremento que o Reforma Casa Brasil terá na economia, mas diz que a proposta é “extremamente interessante”.

“É um estímulo para o setor e, com certeza, deve trazer reflexos bastantes positivos. É difícil saber quando começa a surtir efeito porque depende da procura dos interessados em buscar o recurso, além das aprovações (do financiamento), que têm alguma burocracia. Então, não tem como medir, só vamos saber lá na frente”, afirmou.

Segundo Ferreira, os primeiros reflexos já devem ser observados após o fim do ano. “Janeiro costumava ser um mês muito ruim para obras, mas isso mudou. O comércio faz um estoque razoável para o fim de ano, até por causa do 13º salário. Com essa expectativa de novas compras devido ao programa, as reposições deverão acontecer”, encerrou.

Reforma Casa Brasil será voltado para residências urbanas

Lançado na segunda-feira (20) e com R$ 40 bilhões em crédito, sendo R$ 30 bilhões do Fundo Social, voltados a famílias com renda de até R$ 9.600, e R$ 10 bilhões do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), da Caixa, para rendas superiores a esse limite, o Reforma Casa Brasil será ativado a partir de 3 de novembro pelo site da Caixa ou aplicativo do banco.

Inicialmente, segundo o governo, o programa atenderá moradores de áreas urbanas em capitais, municípios com mais de 300 mil habitantes, ou que façam parte de arranjos populacionais com esse porte. O crédito é voltado principalmente para uso residencial, mas pode contemplar imóveis de uso misto.

As famílias, ainda conforme o governo, poderão financiar valores a partir de R$ 5 mil (nas modalidades voltadas às faixas 1 e 2), com prazo de pagamento de até 60 meses. Os recursos podem ser usados para compra de materiais, pagamento de mão de obra e serviços técnicos, como projetos e acompanhamento de obras.

Taxas de juros variam conforme a faixa de renda mensal das famílias

  • Faixa 1: renda de até R$ 3.200, juros a partir de 1,17% ao mês;
  • Faixa 2: renda entre R$ 3.200,01 e R$ 9.600, juros de 1,95% ao mês;
  • Acima de R$ 9.600: condições estabelecidas pela Caixa.
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