Economia

Indústria brasileira aposta em planos de ação em ecoinovação

Quase metade das empresas brasileiras tem projetos e planos de ecoinovação
Indústria brasileira aposta em planos de ação em ecoinovação
Crédito: Adobe Stock

As ações de ecoinovação já são uma realidade para 47% das indústrias brasileiras. Segundo a Sondagem Especial: Ecoinovação e Transformação Digital, realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), 30% das empresas têm projetos ou plano de ação formal em execução enquanto 17% estão com trabalhos prontos para serem iniciados. A pesquisa mostra ainda que 28% das empresas estão fazendo estudos iniciais sobre o tema e 19% não realizam nenhuma ação de ecoinovação no momento.

Definida pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) como a inovação que tem como resultado a redução do impacto ambiental, a ecoinovação é uma tendência mundial que tem promovido mudanças nos modelos de negócios. Além disso, os planos e projetos de ação nesse tema são considerados fundamentais para a construção de novos parâmetros de sustentabilidade e competitividade para a indústria brasileira e mundial.

Entre as indústrias que fazem parte da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI) – grupo coordenado pela CNI formado por mais de 500 empresas – a ecoinovação é uma prioridade. Entre os integrantes da MEI que participaram da pesquisa, 78% têm planos de ação ou projetos de ecoinovação em andamento, enquanto 7% têm projetos aprovados, mas não iniciados. Outros 9% estão em fase de estudos e 5% não realizam nenhuma ação nesta área.

As ecoinovações abrangem ações tecnológicas como novos produtos ou processos produtivos e também inovações não-tecnológicas, com métodos de marketing, inovações organizacionais ou institucionais. Para a CNI, as práticas são essenciais para a sobrevivência e competitividade da indústria, uma vez que contribuem para a redução das emissões de gases de efeito estufa, do consumo de água e da geração de resíduos.

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Para o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, mesmo com um cenário positivo, a velocidade de adoção da ecoinovação poderia ser maior no País. “Há sinais de que o processo está se ampliando. O desafio agora é apoiar pequenas empresas a embarcar nessa jornada, uma tendência que inevitavelmente deverá fazer parte dos planos estratégicos da indústria brasileira”, destaca.

Desafios para a ecoinovação nas indústrias

A qualificação dos trabalhadores para atuar em projetos de ecoinovação é o principal gargalo para a estruturação de ações mais eficazes. Segundo a pesquisa da CNI, as restrições orçamentárias (33%) são a principal barreira para a capacitação desses profissionais. Na sequência, a sondagem aponta a necessidade de investir em outras áreas estratégicas (29%), estrutura/cultura da empresa (18%), limitação de tempo disponível para treinamento (20%) e baixo engajamento dos funcionários (12%) como obstáculos.

Para 66% dos entrevistados falta conhecimento aos trabalhadores em técnicas sustentáveis e, para 45%, falta conhecimento de legislação ambiental. Já 38% das indústrias pesquisadas consideram que falta ao profissional competência para gerir e desenvolver projetos de ecoinovação.

A diretora de Inovação da CNI, Gianna Sagazio, explica que o investimento em formação e requalificação de funcionários em ecoinovação já é uma realidade em diversas indústrias brasileiras e alerta que, apesar disso, ainda é preciso incluir mais empresas nessa realidade, especialmente as pequenas que têm menos recursos para sustentar jornadas de ecoinovação sem apoio.

“É fundamental que haja políticas públicas e iniciativas privadas que alinhem incentivos à meta de ecoinovar, com especial cuidado com as pequenas empresas. Isso não apenas contribuirá para a sustentabilidade ambiental, como também para o aumento da competitividade dos produtos e serviços brasileiros nos mercados globais”, afirma.

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