Setor de bebidas projeta crescimento de 15% em Minas com festas de fim de ano

O setor de bebidas em Minas Gerais projeta um aumento significativo nas vendas durante as festividades de fim de ano, com crescimento estimado em até 15% na comparação com o ano anterior. A expectativa é que o período de festas atenda tanto às demandas corporativas quanto familiares, impulsionando a venda de produtos como cervejas, refrigerantes, espumantes e destilados.
De acordo com o vice-presidente do Sindicato das Indústrias de Cerveja e Bebidas em Geral do Estado de Minas Gerais (Sindibebidas-MG), Fernando Cota, o período da primavera ao Réveillon tradicionalmente representa uma das melhores épocas em vendas para o setor, com alta movimentação no varejo e no mercado de bebidas. Neste ano, é esperado que os números superem os do ano passado, dada a retomada da economia nacional aliada à percepção de custo do consumidor, que se mantém – o que favorece o consumo.
Diferentemente de outros setores, Cota ressalta que o de bebidas optou por não repassar altas inflacionárias ao consumidor final. “Notamos que, em 2024, a inflação ficou dentro das indústrias e elas acabaram absorvendo o impacto para manter o bom desempenho em vendas”, argumenta.
Maior demanda também resulta em aumento nas contratações temporárias. A categoria projeta avanços entre 10% e 15% na geração de empregos, especialmente nas áreas de logística e delivery em bares, restaurantes, distribuidoras e demais estabelecimentos que envolvem o setor de bebidas em Minas Gerais.
‘Lambe Lambe’ espera aumentar até 230% a produção no fim de ano
Além das tracionais datas festivas, o gestor da Lambe Lambe Bebidas, Edson Cunha, menciona que a chegada do verão e o início dos ensaios de Carnaval podem incrementar em até 230% a produção total da marca na comparação com outros períodos do ano. “Nosso histórico nos ajuda a planejar de maneira eficiente a produção, estoque e distribuição para atender todos os nossos parceiros”, afirma.
O maior desafio, segundo ele, passa por equilibrar a balança entre o aumento dos insumos e custos de produção para garantir que o produto chegue de forma acessível aos clientes. Juntamente a isso, o período da entressafra também é um ponto-chave ao longo do ano, já que a bebida – 100% natural – depende da união da oferta de insumos com equipamentos de provisionamento e armazenamento para garantir a produção durante todo o ano.
Com todas as estratégias organizadas, a marca, que atualmente comercializa bebidas para diversas cidades mineiras, espera avançar 120% em vendas no fim de ano e, por isso, segue investindo para aumentar a produção. “Para 2024, preparamos uma produção três vezes maior do que a de 2023. Ações como esta são fruto de um trabalho de marketing englobando abertura de novos mercados e consolidação da praça no Estado”, pontua.
Setor espera por diálogo efetivo com governo estadual
Apesar das previsões otimistas, o setor ainda enfrenta desafios significativos que limitam um crescimento mais expressivo. A elevada carga tributária e a falta de um diálogo eficaz com o governo estadual são apontados como entraves importantes.
Para Fernando Cota, atualmente há uma falta de sensibilidade do poder público para fomentar o setor e enxergá-lo não apenas como um mercado de bebidas e, sim, como uma categoria fundamental para impulsionar o turismo e a gastronomia de Minas Gerais. “Não há um diálogo estabelecido para conseguirmos avançar, principalmente quando se trata de micro e pequenas empresas que necessitam de outra dinâmica tributária e mercadológica”, destaca.
Outro indicativo que preocupa a categoria é a aprovação do Fundo de Erradicação da Miséria (FEM) que resgata de forma definitiva um imposto que havia sido abolido e retornou há cerca de dois anos para aumentar a receita do Estado para o custeio de programas sociais. “Este imposto aumenta a carga tributária e sobrecarrega empreendedores de bebidas. A discussão sobre a aprovação será uma oportunidade de corrigirmos um erro para desonerar de vez o setor”, argumenta.
Embora existam desafios a serem enfrentados, o vice-presidente do Sindbebidas garante que o sindicato está trabalhando para fortalecer o associativismo e reivindicar as principais demandas. “Minas Gerais tem um excelente potencial de criatividade e isso precisa ser observado pelo Estado para criar políticas que ajudem o setor. Agora é hora de olhar principalmente para pequenos e médios empresários”, finaliza.
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