Economia

Indústria: confiança diminui entre empresários de Minas

Indústria: confiança diminui entre empresários de Minas
Crédito: Ricardo Almeida / ANPr

O aumento da disseminação da Covid-19 e a extinção dos benefícios emergenciais atingiram a confiança dos industriais no início deste ano. O Índice de Confiança do Empresário Industrial de Minas Gerais (Icei) apresentou uma retração de 2 pontos em janeiro na comparação com dezembro (62,6 pontos) e registrou 60,6 pontos. Os dados foram divulgados pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).

Quando se compara janeiro deste ano com igual período de 2020 (64,5 pontos), também houve recuo. Nesse caso, a queda foi de 3,9 pontos, conforme as informações divulgadas pela Fiemg.

A gerente de economia da entidade, Daniela Brito, destaca que, apesar da redução verificada no mês de janeiro e de o Icei ter apresentado duas quedas consecutivas nos últimos meses, os empresários ainda estão confiantes. Isso porque os números permanecem acima dos 50 pontos.

“Apesar de o Icei ainda estar elevado, a acomodação do índice indica que os empresários estão em compasso de espera”, diz ela. “Há uma tendência de recuo da confiança diante das perspectivas menos favoráveis para o consumo”, salienta.

O Icei é fruto da ponderação entre o índice de condições atuais e o índice de expectativas, que vão de 0 a 100 pontos. Ambos mostraram retração em janeiro na comparação com dezembro.

Os dados da Fiemg indicam que, nessa base de comparação, o índice de condições atuais registrou queda de 3,4 pontos, atingindo os 57,1 pontos. O recuo foi verificado após sete meses de avanços. Em relação a igual período de 2020 (57,2 pontos), houve certa estabilidade.

No entanto, apesar dos recuos, o número ainda está acima dos 50 pontos, o que mostra que os empresários veem melhora, com menos intensidade, da situação da economia do Estado, do País e das próprias empresas.

O índice de expectativas, por sua vez, apresentou queda de 1,3 ponto em janeiro (62,4 pontos) na comparação com dezembro (63,7 pontos).

Apesar da retração, o fato de o número estar acima dos 50 pontos revela que os industriais estão otimistas em relação à economia do Estado, do Brasil e dos seus empreendimentos para os próximos seis meses.

O recuo do índice de expectativas foi registrado pela segunda vez consecutiva e após sete meses de altas seguidas. Na comparação com igual período do ano passado (68,2 pontos), também houve queda, de 5,8 pontos.

Diante de todo esse cenário, Daniela Brito salienta que, nos próximos meses, a tendência é de a acomodação dos números continuar, tendo em vista todas as incertezas que ainda estão sendo presenciadas.

Entretanto, diz ela, à medida que a vacinação contra a Covid-19 for acontecendo, as perspectivas são de que isso se modifique.

Emprego cresce pela 1ª vez em dez anos

Brasília – A pesquisa Sondagem Industrial mostra que, pela primeira vez em dez anos, houve aumento de emprego no mês de dezembro. De acordo com o estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgado ontem, o índice de evolução do número de empregados ficou em 50,5 pontos, acima da linha divisória de 50 pontos, demonstrando crescimento do emprego.

A atividade industrial encerrou o ano relativamente forte, embora os sinais de desaceleração já possam ser percebidos. Segundo a pesquisa, a produção industrial caiu em dezembro de 2020, quebrando uma sequência de seis meses consecutivos de crescimento.

O índice de evolução da produção ficou em 46,8 pontos, abaixo da linha divisória de 50 pontos, ou seja, reflete queda da produção na comparação com o mês anterior. Os estoques continuam abaixo do planejado e, segundo a CNI, o problema de escassez de insumos, que já havia ganhado importância inédita no terceiro trimestre do ano passado, preocupou ainda mais os empresários.

Por outro lado, a utilização da capacidade instalada é a maior desde 2013 para o mês, as expectativas seguem otimistas e a intenção de investimento aumentou. Todos os índices de expectativas estão acima da linha divisória de 50 pontos. “Isso indica que os empresários seguem com expectativa de crescimento nos próximos seis meses da demanda, da quantidade exportada, do número de empregados e da compra de matérias-primas”, explicou a CNI em comunicado.

A Sondagem Industrial é uma pesquisa de opinião empresarial, mensal, que apresenta a tendência da atividade industrial e as expectativas dos empresários. É elaborada em parceria com 25 federações de indústria e gera resultados por porte de empresa, regiões geográficas e setores de atividades das indústrias extrativa e de transformação.Para esta edição, foram entrevistadas 1.887 empresas, sendo 741 de pequeno porte, 669 de médio porte e 477 grandes empresas, entre 4 e 15 de janeiro. A pesquisa Sondagem Industrial completa está disponível na página da CNI. (ABr)

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