Indústria de aparelhos elétricos, eletrônicos e similares estima retração de 2% em 2020

A indústria de aparelhos elétricos, eletrônicos e similares de Minas Gerais conseguiu recuperar parte dos prejuízos causados pela crise provocada pela pandemia da Covid-19 e as medidas para conter o avanço do novo coronavírus. A princípio, com todo o impacto negativo, a estimativa era encerrar 2020 com queda entre 7% e 9% no desempenho, porém, ao longo do segundo semestre, o setor superou parte das adversidades e a estimativa, já que os números ainda não foram fechados, é que a retração seja menor que a projetada inicialmente, ficando próxima a 2%.
De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares do Estado de Minas Gerais (Sinaees), Alexandre Magno D’assunção Freitas, apesar da tendência de encerrar o ano com queda, o resultado diante do cenário é positivo.
“Nós ainda não temos os dados fechados de 2020, mas estamos com uma projeção de queda de 2%. Mesmo com essa queda, nós fechamos o ano vitoriosos apesar de tudo que aconteceu. Isso porque nós conseguimos diminuir o déficit estimado inicialmente para o setor, que era de 7% a 9%. Se não fosse a pandemia, a indústria elétrica eletrônica iria ter crescimento bem considerável no ano passado”, avalia o dirigente..
Segundo Freitas, a retomada do setor e a redução das perdas foram iniciadas no segundo semestre. Ele destaca que a atuação da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) e da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) junto aos governos federal e estadual foi essencial para que medidas fossem estabelecidas e ajudassem os empresários a continuar produzindo.
“As ações anunciadas pelos governos e a atuação das entidades foram fundamentais para criar um ambiente onde as empresas pudessem se recuperar de maneira bem rápida. Destaco que as medidas que permitiram a alteração dos contratos de trabalho, com a possibilidade de redução do salário e da carga horária ou suspensão do contrato de trabalho, foram muito importantes e as empresas conseguiram continuar produzindo”, ressalta o presidente do Sinaees.
Outra ação importante, segundo Freitas, foi a melhoria das condições de acesso ao crédito, dispensando várias burocracias e documentos. “Isso fez com que o empresário acessasse um financiamento a juros baixos e bem competitivos, garantindo um fôlego e a manutenção das atividades”, explica.
Dentre os principais desafios enfrentados em 2020, nos primeiros meses da pandemia, com o fechamento de grande parte das atividades econômicas, houve retração nas vendas e nos pedidos. Também houve queda na oferta dos insumos utilizados, o que alavancou os preços.
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Desabastecimento – Já no fim do ano, entre novembro e dezembro, o setor sofreu com a falta de matéria-prima e de insumos, como papelão e chapas de aço. Houve dificuldade na importação de produtos, como os semicondutores. “A indústria estava se recuperando e bateu de frente com a falta de insumos para produção. Mas, desde meados de dezembro, houve uma equalização moderada deste problema. Ainda existe uma dificuldade, mas menos grave”, analisa..
A expectativa da indústria de aparelhos elétricos, eletrônicos e similares de Minas Gerais para 2021 é positiva. Além da vacinação contra a Covid-19, o que pode favorecer a volta à normalidade, a retomada da economia vai contribuir para o crescimento do setor. Porém, os desafios continuam em relação a necessidade de desenvolvimento e fortalecimento da indústria nacional.
“A expectativa para 2021 é a melhor possível e os empresários estão muito otimistas. A pandemia serviu para mostrar ao Brasil que precisamos investir mais nas nossas empresas, trabalhar e montar indústrias de insumos para não ficarmos dependentes das indústrias externas”, explica o presidente do Sinaees.
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