Economia

Indústria de bens de capital pode crescer mais em Minas

Em MG, mineração, siderurgia e construção podem impulsionar alta neste ano
Indústria de bens de capital pode crescer mais em Minas
Crédito: Alisson J. Silva/Arquivo DC

O setor de bens de capital deverá apurar em 2022 o terceiro ano consecutivo de alta após sucessivas perdas experimentadas em exercícios anteriores. Depois de crescer acima de 20% em 2021, a indústria de máquinas e equipamentos espera aumento de pelo menos 6% neste exercício. Em Minas Gerais o crescimento poderá ser ainda maior, impulsionado pelas áreas de mineração, siderurgia, construção e agrícola, que vêm puxando o desempenho.

Segundo balanço da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), apenas em maio, o faturamento nacional do setor cresceu 3,6% na comparação com o mesmo mês de 2021. A receita líquida total do mês ficou em R$ 28 bilhões. De janeiro a maio deste ano, o setor acumula queda de 4,1% na receita em relação a 2021 e, nos últimos 12 meses, alta de 5,3%.

No geral, os resultados mostram um início de ano mais fraco no mercado doméstico, mas o segmento voltou a crescer em maio. Na comparação com abril, já considerando o ajuste sazonal, houve aumento de 11,4% no faturamento com vendas internas. Na comparação com maio de 2021, o resultado (3,6%) interrompe uma série de seis quedas consecutivas.

Quanto às exportações, manteve-se a tendência de crescimento observada desde o início do ano, mesmo com uma pequena desvalorização do dólar em relação ao real. Em maio, houve crescimento de 33,4% no faturamento com exportações na comparação com maio de 2021.

Aumento dos custos reflete no setor de máquinas

Na avaliação do vice-presidente da regional Minas Gerais da Abimaq, Marcelo Veneroso, o movimento reflete o cenário de aumento dos custos no setor produtivo. Segundo ele, o encarecimento da produção tanto sob o ponto de vista monetário, com o aumento dos juros, como por parte de insumos, como materiais, energia e combustíveis, tem feito investidores apostarem menos em projetos. De toda maneira, reforça que o setor de máquinas está otimista.

“Sabemos que a elevação da taxa de juros vem como um freio para a economia e, claro, para o setor. Mas entendemos que o Brasil tem alguns pontos que contam a seu favor, que o coloca numa condição favorável em relação ao restante do mundo, em termos de commodities, geração de energia e outros produtos. Não vamos passar alheios a esse arrefecimento econômico global, mas conseguiremos driblar os efeitos mais duros”, aposta.

Em termos de utilização da capacidade produtiva do setor de máquinas e equipamentos, o balanço da Abimaq mostra que, no acumulado do ano até maio, a utilização está em cerca de 78%. O número é ligeiramente menor do que o apurado nos mesmos meses de 2021. A situação é semelhante em Minas Gerais, conforme o dirigente. A média deverá ser mantida também pelos próximos meses.

“A tendência é que fique próxima de 70%. O ideal é que tenhamos uma situação de elevação gerando perspectivas de expansão. Porém, quando comparamos aos anos anteriores em que as fábricas chegaram a ficar com níveis inferiores a 60% de ocupação, avaliamos positivamente”, diz.

Já a carteira de pedidos, medida em número de semanas para atendimento, está em quase 12 semanas, ou 3 meses, de atividades, nível próximo ao de 2021.

Eleições

Sobre as eleições presidenciais previstas para os próximos meses, Veneroso afirma que não se trata de um ponto de preocupação. A justificativa é que o cenário está bem encaminhado. “A não ser que surja alguma surpresa, o que é sempre possível. Ademais, a Abimaq vai se reunir, como de praxe, com todos os presidenciáveis, ouvir suas propostas e apresentar seus pleitos”, adianta.

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