Economia

Indústria de cimento registra queda nas vendas no 1º quadrimestre 

Resultado negativo foi visto em todas as regiões do País, conforme dados do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (Snic)
Indústria de cimento registra queda nas vendas no 1º quadrimestre 
Crédito: Adobe Stock

Seguindo a tendência negativa do primeiro trimestre, a indústria brasileira de cimento registrou queda de 3,4% nas vendas do acumulado de janeiro a abril deste ano, frente ao mesmo intervalo do ano passado. O momento ruim do setor também foi visto nos números de todas as regiões do País. O Sudeste, por exemplo, apresentou uma retração de 2,6%.

Os dados são de um levantamento do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (Snic). Conforme a pesquisa, no primeiro quadrimestre de 2023, a indústria de cimento do Brasil vendeu 19,414 milhões de toneladas do insumo. Em igual período de 2022, a comercialização foi de 20,099 milhões de toneladas. 

Já a indústria de cimento do Sudeste do País, ao longo dos primeiros quatro meses deste ano, negociou 8,976 milhões de toneladas. No mesmo intervalo do exercício anterior, as vendas da região, maior consumidora nacional do produto, totalizaram 9,214 milhões de toneladas. 

Ainda segundo o estudo, a indústria de cimento do Centro-Oeste, comercializou 2,144 milhões de toneladas e apresentou a maior retração regional, de 6,7%. Do mesmo modo, o Norte negociou 815 mil toneladas, o Sul, 3,410 milhões de toneladas, e o Nordeste, 3,994 milhões de toneladas, e tiveram quedas de 4,1%, 4% e 1,1%, respectivamente.

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“Os resultados apontam para um preocupante desempenho da indústria do cimento frente as discussões da Lei Básica do Saneamento, do arcabouço fiscal, incertezas quanto a evolução da Reforma Tributária e a falta de perspectiva de uma redução da taxa básica de juros. Ademais, persiste forte pressão de custo dos insumos que integram o processo produtivo do setor”, avalia o presidente do Snic, Paulo Camillo Penna. 

Números de abril 

O resultado negativo do acumulado do ano teve grande influência de abril, quando a indústria brasileira de cimento vendeu 4,594 milhões de toneladas do produto. O volume foi 11,6% inferior ao apurado no mesmo mês do ano anterior. Na época, as negociações do setor no Brasil somaram 5,194 milhões de toneladas. 

Da mesma forma, todas as regiões registraram queda nas vendas do quarto mês de 2023, frente a abril de 2022. O Sudeste, principal consumidor do insumo, saltou de 2,446 milhões de toneladas para 2,172 milhões de toneladas e teve recuo de 11,2% no comparativo. 

Neste caso, os dados do Snic mostram que a indústria de cimento do Norte comercializou 179 mil toneladas, e foi quem registrou o maior recuo regional, de 15,2%. Paralelamente, o Centro-Oeste negociou 544 mil toneladas, o Sul, 789 mil toneladas, e o Nordeste, 893 mil toneladas, e fecharam o mês com quedas de 14,9%, 11,1% e 8,9%, respectivamente. 

Situação econômica preocupa 

A instabilidade econômica continua impactando as vendas de cimento, e, consequentemente, de materiais de construção. O cenário, entretanto, já preocupa o setor há algum tempo. Ainda em fevereiro, após a indústria cimentícia registrar avanço nas vendas, o presidente do Snic disse ao DIÁRIO DO COMÉRCIO que o balanço não era motivo para comemoração.

“A situação econômica do Brasil, com altas de inflação, juros e o endividamento das famílias, efetivamente, só deve se alterar com a sustentação da recuperação do mercado de trabalho. Enquanto isso, o mercado da construção continua em queda, tanto na venda de materiais, quanto no número de financiamentos imobiliários”, ressaltou à época.

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