Economia

Indústria de máquinas e equipamentos setor cresce 1,1% no Estado

Indústria de máquinas e equipamentos setor cresce 1,1% no Estado
Crédito: Fabio Scremin/APPA

A indústria de máquinas e equipamentos do Estado fechou 2019 com crescimento de 1,1% no faturamento sobre o ano anterior. O resultado superou a média nacional do setor, que apurou avanço de 0,7% na mesma base de comparação.

Apesar disso, as expectativas da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) – Regional Minas Gerais, foram fracassadas, já que a entidade previa um crescimento entre 5% e 7% no período.

De acordo com o membro do Conselho da Abimaq-MG, Marcelo Luiz Veneroso, de maneira geral, o desempenho foi influenciado tanto pela lenta retomada da economia brasileira quanto pelo arrefecimento da economia mundial no decorrer do ano passado.

E no caso de Minas Gerais, especificamente, houve ainda os impactos nos investimentos do setor de mineração, após o rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), e a elevada base de comparação.

“Apesar de os resultados de Minas terem superado um pouco os nacionais, precisamos recordar que as quedas dos últimos anos também foram mais intensas no Estado. Tivemos cinco anos consecutivos de queda no faturamento, acumulando 60% de perdas em Minas Gerais”, explicou.

Por isso, segundo Veneroso, os crescimentos de 6% em 2018 e de 1,1% no ano passado, ainda estão bem aquém do necessário para repor os prejuízos dos últimos exercícios. “No início de 2019 havia grande expectativa quanto a retomada da economia e a recuperação do setor industrial.

No entanto, o mercado internacional, que está pior que o Brasil, e a conjuntura interna – com o atraso na aprovação das reformas – não ajudaram muito e o esperado não se confirmou”, completou.

Somente em dezembro, as receitas das indústrias de máquinas e equipamentos do Estado registraram baixa de 2% sobre o mesmo mês de 2018. Em relação a novembro, o recuo foi de 3,5%. Os setores que mais se destacaram em Minas foram os de máquinas agrícolas, infraestrutura, óleo e gás e mineração.

Ociosidade – Em relação à utilização da capacidade instalada, o membro do Conselho da Abimaq-MG informou que o setor encerrou o ano com média de 72%, mas que em alguns meses do exercício chegou a 75%.

Ele lembrou que em 2010, as indústrias de máquinas operavam acima dos 80% e que, com a crise, o pico mínimo chegou a 65%. “Desde então, estamos andando de lado. Paramos de cair, mas também não há nenhum avanço significativo”, reclamou.

Dezembro foi um dos meses em que o nível de utilização da capacidade instalada ficou em 75%. Já o número de pessoas empregadas também se manteve praticamente estável tanto no mês quanto no acumulado do ano. Conforme Veneroso, as empresas de bens de capital empregam hoje em Minas cerca de 14 mil profissionais.

Projeções – Para 2020, segundo o representante do setor, há novas perspectivas otimistas, já que a economia nacional deverá, enfim, se restabelecer. Diante disso, é esperado crescimento de 5% no faturamento da indústria de máquinas do Estado ao final do exercício.

“No cenário interno ainda há expectativa de aprovação da reforma tributária e de políticas que ajudem a destravar os mercados. A confiança ainda é alta. Acreditamos que a partir de abril o cenário vai melhorar. E no campo internacional, apostamos na retomada da performance dos nossos principais países compradores, para exportarmos mais”, finalizou.

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