Indústria de máquinas tem queda de 27% na receita em março

Apesar do crescimento de 6,2% em março frente a fevereiro na receita líquida das vendas, a indústria de máquinas e equipamentos teve queda de 27,1% na comparação com o mesmo mês do ano passado, para R$ 20,6 bilhões, mostraram dados divulgados pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). Em Minas Gerais, o setor tem sido impulsionado pela mineração e a construção civil.
No primeiro trimestre, o faturamento caiu 21,3% sobre um ano antes, para R$ 56,6 bilhões. O diretor da Abimaq no Estado, Marcelo Veneroso, afirma que 2024 começou pouco movimentado para o setor, apesar de uma pequena reação em março. O ano de 2023 já não foi positivo em vendas para o setor mineiro.
“Provavelmente os números de Minas Gerais vão se ajustar bem próximo ao cenário nacional da indústria de máquinas e equipamentos, onde teve um pequeno reflexo positivo em relação a fevereiro, mas ainda está aquém do que vinha performando”, disse.
O consumo aparente de máquinas e equipamentos caiu 20,6% em março, para R$ 28,1 bilhões, na comparação ano a ano. A queda no trimestre foi de 14,5%. Houve crescimento apenas na comparação com o mês anterior, de 6,5%.
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Já as importações subiram 13,9% em março em relação a fevereiro, para US$ 2,4 bilhões, e cresceram apenas 0,1% em comparação ao mesmo período do ano passado. Nos três primeiros meses do ano, a alta registrada é de 6,1%.
Também de março para fevereiro, as exportações da indústria de máquinas e equipamentos aumentaram 24,6%, para pouco mais de US$ 1 bilhão. Em relação ao mesmo mês de 2023, houve recuo de 17,6%, enquanto no trimestre a retração foi menor: 12,7%.
Veneroso aponta a mineração e a construção civil como os setores que impulsionam a indústria de máquinas e equipamentos em Minas Gerais. Mas a desconfiança na economia, a insegurança jurídica e mudanças constantes na legislação, como o vaivém da desoneração da folha de pagamentos, deixaram o empresariado mineiro receoso na hora de investir. “Máquinas e equipamentos é investimento. O empresário pensa duas vezes para investir. Então isso afeta muito os nossos negócios”, conclui.
A indústria de máquinas e equipamentos terminou o trimestre com um nível de ocupação de capacidade instalada de 74,5% ante 77,48% no fim de março do ano passado. A carteira de pedidos ficou estabilizada em 9,6 semanas para atendimento. Apesar do receio dos investidores afetar o desempenho das vendas, a Abimaq acredita que o setor terá um ano levemente positivo em Minas Gerais.
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