Economia

Dia da Indústria celebra 90 anos da Fiemg e reverencia aqueles que fazem a diferença

| Crédito: Leonardo Morais
Desafios que travam o desenvolvimento do Estado, como a reforma tributária e a legislação ambiental, também foram citados em evento

Desafios e perspectivas acerca do futuro do setor produtivo marcaram a solenidade de comemoração do Dia da Indústria em Minas Gerais no Minascentro. A noite desta quinta-feira (25) também foi de comemorações dos 90 anos de fundação da entidade que representa o setor em Minas e homenagens a representantes de diferentes segmentos.

Anfitrião da noite, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe, ressaltou, principalmente, que se trata de uma oportunidade para reconhecer aqueles que fazem a diferença pelo estado de Minas Gerais.

“Hoje, especialmente, sob a temática ‘Movidos pelo Futuro’, vamos premiar não apenas os empresários, mas também estudantes e professores do Sesi e do Senai, que, juntos, formam todo o ecossistema industrial. Um setor que gera mais de 1,2 milhão de empregos, é responsável por mais de 51% da arrecadação do Estado e responde por cerca de 80% dos investimentos em inovação de Minas Gerais”, detalhou.

Reforma tributária e legislação ambiental entre desafios

Ao mesmo tempo, em seu discurso, Roscoe falou sobre os desafios que ainda travam o desenvolvimento do Estado. O dirigente enfatizou a reforma tributária e a legislação ambiental.

Sobre o meio ambiente, o presidente da Fiemg enalteceu a produção sustentável do Estado. Defendeu o industrial mineiro e o classificou, portanto, como grande defensor do meio ambiente e afirmou que a indústria mineira está entre as mais sustentáveis do mundo.

“Não é à toa que um terço do território mineiro é preservado e que nossa matriz é altamente renovável. Nossos produtos têm menor pegada e em vários segmentos nossos produtos já são neutros. Precisamos de normas e regras que preservem o meio ambiente, mas que também deem oportunidades aos mineiros”, reivindicou.

Sobre a reforma tributária, Roscoe aproveitou a presença do deputado federal Reginaldo Lopes (PT) para reivindicar um importante pleito do setor: a desoneração da folha de pagamento.

“É fundamental que o emprego não seja esquecido nessa reforma tributária. Nossa força de trabalho é quase três vezes maior que a média dos países da OCDE. Sabemos dos desafios da reforma, mas não podemos perder a oportunidade. Caso contrário, daqui 30 estaremos discutindo as mesmas questões”, reforçou.

Governo federal de fora

Apesar da cobrança em relação a mudanças estruturais em prol da prosperidade do setor, nenhum representante do governo federal marcou presença no evento.

Aliás, nos últimos anos, os ex-presidentes Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL), bem como alguns de seus ministros, estiveram na solenidade. Em 2022, até mesmo o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), esteve entre as autoridades.

Neste ano, enquanto a celebração da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) contou com autoridades federais, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na capital mineira, até mesmo o governador Romeu Zema (Novo) enviou representantes. Os secretários de governo, Igor Eto, e de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio, e a secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Marília Carvalho de Melo, foram os enviados.

A reportagem apurou que, tradicionalmente, os presidentes da República prestigiam o evento em anos em que a data coincide com a posse de novas diretorias. Assim como Bolsonaro e Temer, Lula e Fernando Henrique Cardoso também chegaram a marcar presença na solenidade em anos anteriores. Por outro lado, o então ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Mauro Borges representou a presidente Dilma Rousseff (PT) em 2014.

Em 2023, a Fiemg condecorou como Industrial do Ano o diretor-presidente do Grupo Ematex, Aroldo Teodoro Campos. Ele também preside o Sindicato das Indústrias Têxteis de Malha de Minas Gerais (Sindimalhas-MG) e é membro do conselho da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit).

De maneira sucinta, Campos estendeu a homenagem a todos os industriais que “lutam e enfrentam as dificuldades de se empreender no Brasil”.

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