Indústria elétrica e eletrônica de Minas Gerais fechará 2023 em alta

A indústria elétrica e eletrônica de Minas Gerais deve encerrar 2023 com um leve crescimento de 0,5% no faturamento em relação ao exercício passado. E, embora tímido, o resultado é comemorado pelo setor. Isso porque, em âmbito nacional, está previsto um decréscimo de aproximadamente 6%, com as empresas afetadas por efeitos de uma mudança governamental.
As previsões são, respectivamente, do Sindicato da Indústria de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares do Estado de Minas Gerais (Sinaees), que representa 44 companhias no Estado, e da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), composta por 500 empresas associadas no País. Representantes das entidades estavam reunidos na tarde dessa terça-feira (5), em Belo Horizonte, para um almoço de confraternização do setor eletroeletrônico.
“O mineiro está fechando 2023 com um nível de otimismo melhor do que o nacional. As indústrias mineiras cresceram, evoluíram e faturaram razoavelmente bem. Então não há como dizer que houve retrocesso no faturamento do setor no Estado neste ano”, enfatizou o presidente do Sinaees e diretor-regional da Abinee em Minas Gerais, Alexandre Magno D’Assunção Freitas, em entrevista ao DIÁRIO DO COMÉRCIO na ocasião.
“Estamos fechando os números ainda, mas não são muito favoráveis. Pelo contrário, nós devemos ter, inclusive, um decréscimo em relação à produção e o faturamento do ano passado. Foi um ano de muitas mudanças. Houve uma grande alteração em termos de governo e, evidentemente, para retomar os projetos é um pouco demorado, principalmente, em um setor como o elétrico, com projetos de longo prazo”, afirmou o presidente-executivo da Abinee, Humberto Barbato.
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Expectativa para investimentos em linhas de transmissão traz otimismo para 2024
Conforme Barbato, a indústria elétrica e eletrônica nacional está operando com uma capacidade ociosa de 30%, algo nunca visto antes por ele como gestor da Abinee há mais de 15 anos. Entretanto, ele ressalta que o setor vem trabalhando para mudar esse cenário. E que as perspectivas para 2024 são outras, uma vez que os planos do governo federal já foram colocados e as ações que se propuseram a fazer, como em política industrial, começam a ser consolidadas.
O presidente da associação diz que não há problemas de diálogo entre a entidade e a Federação e que membros dos ministérios do governo vêm tentando ouvi-los sobre as dificuldades enfrentadas pelo setor. Ele ressalta que o principal desafio para o ano que vem é, justamente, preservar essa interação e também mostrar que a indústria eletroeletrônica tem muito mais a contribuir do que realmente está sendo solicitada do ponto de vista de especificações técnicas utilizadas no Brasil.
Neste sentido, ao discursar no encontro, Barbato lamentou que grandes empresas eletroeletrônicas estejam deixando de participar de leilões de linhas de transmissão, pois não produzem mais os produtos requisitados por já serem ultrapassados. Na entrevista, o executivo frisou que esses projetos, em especial, a possibilidade de se construir 15 mil quilômetros de linhas de transmissão – até 2032, segundo estimativa da Empresa de Pesquisa Energética –, podem alavancar o setor.
Indústria elétrica e eletrônica de Minas Gerais se beneficiaria com a demanda
O otimismo para o ano que vem é compartilhado pelo presidente do Sinaees. Freitas destaca que está previsto um alto volume de investimentos em linhas de transmissão e na repotencialização de diversas usinas hidroelétricas, o que resultará em uma grande demanda por produtos do setor. Logo, Minas Gerais se beneficiaria, já que, segundo ele, a indústria elétrica e eletrônica mineira tem um viés bastante voltado para o ramo elétrico e tudo ligado à produção e geração de energia.
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