Economia

Indústria extrativa de Minas aposta nos minerais estratégicos

Entre janeiro e outubro de 2024, produção do segmento cresceu 4,9%; grandes destaques foram lítio, no Vale do Jequitinhonha, e terras-raras, no Triângulo e no Sul do Estado
Indústria extrativa de Minas aposta nos minerais estratégicos
Crédito: Divulgação Sigma Lithium

Nos três primeiros trimestres de 2024, o Produto Interno Bruto (PIB) da indústria extrativa de Minas Gerais cresceu 6,3%. Entre janeiro e outubro, a produção do segmento subiu 4,9%. Os dados são de um levantamento realizado pela Gerência de Economia e Finanças Empresariais da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).

De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria Mineral do Estado de Minas Gerais (Sindiextra), Luís Márcio Vianna, todas as principais atividades apresentaram resultados positivos no ano, contribuindo para o desempenho geral. Entre elas estão: a de minério de ferro, ouro, nióbio, fertilizantes, potássio, cimento e cal, além de pedras e britas.

No entanto, o executivo pontua que o grande destaque do exercício foi a introdução dos minerais estratégicos para a transição energética na pauta do segmento, sobretudo o lítio, no Vale do Jequitinhonha, e os elementos de terras-raras (ETRs), no Triângulo Mineiro e no Sul do Estado. Essas substâncias, segundo ele, também são as principais apostas para 2025.

Atualmente, duas empresas extraem lítio no Vale do Jequitinhonha: a Sigma Lithium e a Companhia Brasileira de Lítio (CBL). Outras mineradoras também enxergaram o potencial geológico da região, anunciaram investimentos e vão começar a operar nos próximos anos.

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Quanto às terras-raras, as mineradoras que têm projetos no Triângulo Mineiro e em cidades do Sul de Minas, como Poços de Caldas, estão nas fases de exploração e licenciamento ambiental.

“Claro que o mundo vai continuar comprando minério de ferro nos próximos anos, mas podemos falar que a nossa joia são esses minerais estratégicos”, salienta Vianna.

Projeções da Fiemg para o segmento extrativo

O economista-chefe da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), João Pio, projeta que o PIB da indústria extrativa mineira fechará 2024 com alta entre 5% e 6%.

No que diz respeito à produção do segmento, a entidade projeta um crescimento de 4,1% neste ano. Entretanto, a estimativa para 2025 é de um aumento mais modesto, de 2,8%.

“Para 2025, temos um elemento de incerteza, principalmente devido às questões geopolíticas do mundo, de guerra comercial. Um enfraquecimento da China, por exemplo, pode impactar as exportações da indústria extrativa brasileira”, analisa Pio.

Planos do Sindiextra para 2025

Em 2024, o Sindiextra conquistou resultados expressivos. A entidade, que representa tanto as pequenas e médias indústrias de mineração de Minas Gerais quanto gigantes como a Vale, além de ampliar o quadro de associados, teve uma atuação destacada em temas relacionados a licenciamentos, alcançando a aprovação de 57 das 65 licenças solicitadas ao longo do ano.

Para 2025, o sindicato pretende manter o bom diálogo com os poderes públicos, com o objetivo de debater as demandas do setor mineral; formar um grupo de trabalho (GT) focado em inovação e tecnologia; realizar a feira de mineração, para mostrar as inovações e as práticas sustentáveis do setor; e dar continuidade ao projeto “Mineração de Minas, Portadora do Futuro”, que inclui atividades com associados de boas-vindas, boas-novas e boas-práticas.

Vianna afirma que o Sindiextra também planeja seguir se relacionando com a Fundação Biodiversitas, que será o braço técnico do Instituto AME – organização que tem como propósito plantar árvores e acabar com a fome nos territórios minerários, conforme ele.

“Tivemos uma boa performance em 2024 e pretendemos seguir da mesma forma em 2025, trazendo novos players para compor o sindicato e fazendo com que o setor tenha sempre competitividade e uma boa distribuição dos resultados com as comunidades”, resume.

Presidente do Sindiextra, Luís Márcio Vianna, posa para foto
Presidente do Sindiextra, Luís Márcio Vianna | Crédito: Thyago Henrique/Diário do Comércio

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