Economia

Apesar dos desafios, setor de fogos de artifício projeta crescimento de 10% em 2025

Polo de Santo Antônio do Monte corresponde por 90% da produção nacional e deve movimentar R$ 500 milhões neste ano
Apesar dos desafios, setor de fogos de artifício projeta crescimento de 10% em 2025
Santo Antônio do Monte responde por 90% da produção de fogos de artifício no Brasil | Foto: Reprodução Adobe Stock

Mesmo diante de desafios regulatórios, a indústria de fogos de artifício projeta um crescimento de 10% em 2025. A produção, concentrada no polo de Santo Antônio do Monte, na região Centro-Oeste de Minas Gerais, corresponde a 90% do mercado nacional e deve movimentar R$ 500 milhões neste ano.

O polo, que também abrange cidades vizinhas, reforça a relevância ao longo do ano, mantendo o número de fábricas, muitas familiares e tradicionais, e avançando na geração de empregos. Em 2025, a estimativa é de que a região concentre cerca de 5 mil empregos diretos na indústria e aproximadamente 15 mil indiretos.

O coordenador da Aliança Brasileira da Pirotecnia, Guilherme Santos, detalha que o setor de fogos de artifício segue aquecido, impulsionado pela criatividade e pela alta demanda em datas como São João e Réveillon. O fim do ano, segundo ele, é o melhor período para o mercado, especialmente para comercialização de fogos de efeito visual.

“A maioria das pessoas gosta dos fogos de artifício e sente falta quando eles não acontecem. Esse fator, muito associado à carga afetiva, mantém a produção e as vendas em todo o País”, acrescenta.

Além da indústria, o impacto do desenvolvimento do setor abrange toda a cadeia produtiva da pirotecnia, que envolve fabricantes, vendedores, distribuidores, lojistas, além do mercado de shows, importadores e profissionais autônomos certificados. A profissionalização do segmento também tem avançado, com investimentos em capacitação, segurança e modernização dos processos, fatores que ajudam a fortalecer a competitividade.

Setor investe em inovação e busca por regulamentação federal para ampliar crescimento

Apesar dos esforços em inovação em toda a cadeia produtiva, o setor enfrenta desafios, principalmente ligados a dificuldades regulatórias, que dependem de articulações municipais. “Cidades vêm aprovando leis superficiais, sem a preocupação técnica de definir claramente o que pode ou não pode. Isso acaba gerando problemas de logística e impactando diretamente as vendas”, comenta o dirigente.

Cada município é responsável por criar regras, resultando em um cenário fragmentado para o setor. Esse contexto, segundo Santos, amplia os riscos para a cadeia produtiva, o que pode resultar até em incertezas quanto a investimentos.

Para 2026, o setor de fogos de artifício projeta avançar nos diálogos com o Congresso Nacional a fim de viabilizar uma regulamentação federal. “Estamos nos movimentando para manter o crescimento e dialogando com assembleias. Não vejo horizonte para ter algo concluído em nível federal no próximo ano, mas estamos próximos”, pontua.

Em paralelo, a indústria busca referências na China para se modernizar e encara uso de drones como oportunidade para criação de efeitos conjuntos. A sinergia com a tecnologia já é experimentada em festivais no Brasil e surtiu efeitos positivos, agradando quem busca por efeitos com experiência sensorial mais fluida e imediata.

“Não vemos drones como concorrentes e sim como oportunidade de criar efeitos conjuntos. Somos o segundo produtor mundial atrás da China e estamos articulando para trazer novas tecnologias”, acrescenta Santos.

No próximo ano, também é esperada a segunda edição da Feira Nacional da Pirotecnia, em Santo Antônio do Monte. Previsto para ocorrer entre abril e maio, o evento será o primeiro a ser realizado após a pandemia da Covid-19 e promete se tornar um grande palco do segmento para o mercado, com foco na pirotecnia responsável.

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