CNI defende fortalecimento da indústria para combater aquecimento global

A preocupação da indústria com ações efetivas de combate ao aquecimento global passa por medidas consistentes de fortalecimento do setor no País. Nesse processo, as estratégias relacionadas à sustentabilidade devem estar presentes em toda a cadeia produtiva, como meio de agregar valor e promover o crescimento e o desenvolvimento econômico do país.
As considerações foram feitas pelo presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, durante mensagem direcionada a empresários, representantes do governo e de instituições em Dubai, nesta quarta-feira (6), no Diálogo Empresarial para uma Economia de Baixo Carbono. O encontro, realizado em paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), discute estratégias para avançar em direção a um futuro mais sustentável.
Durante o debate, foram abordados temas importantes para a indústria como ações para a descarbonização da produção, transição energética e desafios tecnológicos e regulatórios. Alban destacou a necessidade de unir esforços em favor da neoindustrialização. “A indústria brasileira reúne condições únicas para ser umas líderes mundiais da baixa emissão de carbono e da sustentabilidade. Temos uma oportunidade ímpar, talvez a última dessa geração, de revitalizar a indústria brasileira. Com um setor industrial mais inovador, dinâmico e competitivo, o Brasil poderá crescer de forma vigorosa e sustentável e gerar a renda e os empregos necessários para melhorar a qualidade de vida da população”, afirmou.
Regulamentação do mercado de carbono incentiva investimentos
Para o presidente da CNI, o Brasil vive um momento importante no contexto global e a relação bilateral com outros países é importante para o processo de descarbonização. Ele defendeu o combate ao desmatamento ilegal e a recuperação de áreas degradadas para que o País consiga reduzir as emissões de gases de efeito estufa, além da aprovação de marcos legais que deem segurança e previsibilidade aos investidores, como a regulamentação do mercado de carbono.
O conteúdo continua após o "Você pode gostar".
“Devemos conhecer o valor econômico da nossa biodiversidade e propor políticas públicas que estimulem o uso sustentável da biodiversidade e incentivem os investimentos em pesquisa e inovação. Para isso, é essencial a aprovação de marcos legais que deem segurança e previsibilidade aos investidores. Precisamos promover o encadeamento da produção nacional para sermos mais competitivos, e avançar na digitalização para aumentarmos a produtividade”, ressaltou Alban.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, participou da abertura do encontro e ressaltou a prioridade da pauta verde no Congresso em 2023. Ele disse que o Brasil tem condições e capacidade para ser protagonista mundial no mercado de carbono e defendeu ampla discussão com todos os setores antes de colocar a matéria em votação. “Não podemos derrapar, nos açodar, nos precipitar antes de discutir com todos os setores, ouvir todos os segmentos e tentarmos fazer a melhor legislação. Floresta em pé, captura de carbono, a discussão a respeito desses temas terá a seriedade necessária. Vamos discutir com o relator e fazer o melhor texto”, avaliou Lira.

Também participaram da abertura do Diálogo Empresarial para uma Economia de Baixo Carbono os embaixadores dos Emirados Árabes Unidos (EAU) no Brasil, Saleh Ahmad Salem Alzaraim Alsuwaidi, e do Brasil nos EAU, Sidney Leon Romeiro, o presidente da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, Osmar Chohfi, o governador do Estado do Mato Grosso, Mauro Mendes, e o vice-presidente do Senado Federal, Veneziano Vital do Rêgo. O governador do Pará, Helder Barbalho, fez uma apresentação especial para falar sobre a COP30.
CNI firma parcerias para a COP30
Quatro instituições firmaram parcerias com a CNI durante o encontro, com foco no desenvolvimento de estratégias conjuntas para participação integrada na COP30, que será realizada em Belém, no Pará, em 2025. Os documentos foram assinados com a Câmara de Comércio dos Estados Unidos (US Chamber), a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, a Amcham Brasil e o First Abu Dhabi Bank.
O objetivo é desenvolver uma agenda positiva entre os setores empresariais dos dois países direcionada a uma economia de baixo carbono. Entre os compromissos, estão a troca de informações sobre cooperação comercial, econômica e social para potencial estreitamento de relações entre Brasil e Estados Unidos na agenda da COP30; ajuda mútua para a organização e participação em ações como conferências e seminários antes e durante a COP; e a busca de oportunidades de cooperação ou parceria que possuam sinergia com a Agenda do Clima.
Ouça a rádio de Minas