Indústria lidera as contratações temporárias em MG

Apesar de dezembro estar apenas começando e os empregadores ainda fazendo contratações para atender à demanda sazonal do fim de ano, 2022 está sendo favorável para o mercado de empregos temporários. No Brasil, por exemplo, o saldo do ano deverá ser de cerca de 2,5 milhões de contratações. Minas Gerais, que detém o posto de terceiro maior empregador da modalidade no País, atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro, deve acompanhar o resultado nacional.
Conforme o diretor regional da Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Asserttem), Glaucus Botinha, o mercado de vagas temporárias começou o ano um pouco devagar, entretanto, apresentou uma aceleração ao longo dos meses. Segundo ele, ainda mais por se tratar de um ano eleitoral e turbulento, 2022 foi surpreendentemente positivo para o setor, que tem como carro-chefe das contratações a indústria, com 55% da demanda.
Ele ressalta ainda que, embora siga a lógica dos números nacionais, Minas possui algumas particularidades com setores estrategicamente muito influentes para este tipo de modalidade. “Podemos citar a mineração, um forte polo automotivo em função da Stellantis e uma movimentação grande do agronegócio e toda a sua cadeia, desde a produção, processamento até a logística, principalmente na área do Triângulo Mineiro”, salienta. Conforme ele, esses foram os segmentos que mais demandaram mão de obra temporária neste ano no Estado.
Vale lembrar que, para muitos, o emprego temporário pode ser a porta de entrada do mercado de trabalho. Por isso, Botinha salienta que o saldo de 2,5 milhões de admissões é um número bastante robusto, visto que entre 40% a 50% das vagas são oportunidades de primeiro emprego. Além disso, ele enfatiza que cerca de 22% a 25% dos trabalhadores temporários têm chances de ser efetivados se apresentarem bom desempenho.
“A Associação trabalha com um índice médio de efetivações em torno de 22% a 25%, ou seja, a gente pode falar a grosso modo que a cada quatro trabalhadores temporários pelo menos um vai ser efetivado na empresa. É claro que esse índice varia muito de acordo com o momento que a empresa está passando. Particularmente na minha empresa, o número de efetivação é quase o dobro disso”, afirma.
Outras atividades que costumam apresentar bons índices de oportunidades temporárias são o comércio e serviços. O economista-chefe da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG), Guilherme Almeida, diz que ainda é cedo para tirar alguma conclusão, visto que as admissões ocorrem de maneira fragmentada neste último trimestre. No entanto, ressalta que devido à conjuntura atual, a perspectiva de contratação e de efetivação dos colaboradores temporários superam a de 2021.
“Hoje temos um nível de confiança maior dos agentes econômicos. Ainda que tenhamos desafios como a incerteza para o próximo ano em relação à condução da política econômica e fiscal e de como a inflação irá se comportar, quando olhamos para alguns indicadores, eles estão mais bem comportados frente a 2021. O próprio mercado de trabalho está mais dinâmico do que o mesmo período do ano passado. O número de admissões com carteira assinada vem reagindo positivamente ao nível de atividade econômica. O PIB tanto do Estado quanto do País vem apresentando resultados favoráveis para diversos segmentos que compõem a economia estadual e nacional. Tudo isso gera um estímulo e um ânimo para as contratações”, diz
Ele ressalta que, em outubro, houve cerca de 3 mil admissões somente para suprir a demanda de datas comemorativas como o Dia das Crianças, que acaba gerando um fluxo maior de clientes. Lembra ainda que, em novembro, teve a Black Friday e, em dezembro, terá o Natal, duas datas que ainda vão entrar para as estatísticas. Quanto aos segmentos que mais contratam mão de obra temporária, ele cita os supermercados e hipermercados, varejo de roupas, farmácias e drogarias, além de móveis e eletrodomésticos.
Ainda segundo Almeida, as atividades mais demandadas são vendedores, operadores de caixa, estoquistas e atendentes. “Nós temos uma diversidade de atividades que acabam abrindo oportunidades para o trabalhador. São muitas vezes, atividades que não exigem muita experiência ou capacitação específica, e que o profissional precisa atuar diretamente com o atendimento ao cliente”, destaca.
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