Recuperação do setor de máquinas e equipamentos deve ser lenta em Minas Gerais, prevê Abimaq

A indústria de máquinas e equipamentos de Minas Gerais está se recuperando de forma mais lenta que o restante do País, segundo a análise do coordenador de competitividade, economia e estatística da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Leonardo Gatto Silva. O motivo é o desempenho dos segmentos predominantes no Estado.

Entre as máquinas e equipamentos mais relevantes em Minas estão as voltadas para atender aos segmentos de construção civil, mineração e agrícola. Silva observa que o setor de máquinas agrícolas, por exemplo, teve um desempenho ruim no ano passado no Brasil, com expectativa de melhora neste ano, o que pode ter impactos positivo no Estado, diante de um cenário de safra recorde, segundo previsão do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Máquinas e equipamentos agrícolas vem se recuperando neste ano, o que já é percebido nos dados da Abimaq do acumulado do ano no País”, diz. No caso da linha amarela, que pode atender, setores de construção e mineração, o crescimento no quadrimestre foi de 18,5% no Brasil.

Conforme a entidade, a indústria de máquinas e equipamentos no País apresentou crescimento em abril deste ano, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (29). A receita registrou um crescimento de 9% em abril em comparação com o mesmo mês do ano passado, chegando a R$24,6 bilhões. Na comparação com março, a receita total do setor em abril subiu 2,5% ou 4,8%, com ajuste sazonal.

Silva observa que o ano de 2024 é uma base de comparação fraca.  “Foi no segundo semestre que atividade começou a melhorar”, acrescenta. E frisou que a associação não tem dados específicos por estados.

Indicativo para máquinas e equipamentos

O especialista da Abimaq diz que dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) do IBGE dão um indicativo do comportamento do setor de máquinas e equipamentos em Minas Gerais, embora contemplem resultados até março deste ano e de produção.

A fabricação de máquinas e equipamentos apresentou recuo em Minas nos três tipos de comparação feitas no levantamento do instituto. Em março contra igual mês de 2024, a queda foi de 10,5%. No acumulado do trimestre, a retração foi de 10,6%. E o recuo no acumulado dos últimos 12 meses na produção foi de 8,5%.   

No País, ainda segundo a pesquisa do IBGE, máquinas e equipamentos, registrou um resultado diferente, com alta de 10% e está entre as principais influências positivas no total da indústria no terceiro mês de 2025 na comparação com igual mês do ano anterior.

Além disso, as grandes categorias econômicas, o perfil dos resultados para os três primeiros meses de 2025 mostrou maior dinamismo para bens de consumo duráveis (11,6%) e bens de capital (5,2%), impulsionadas, em grande medida, pela maior produção de automóveis (8,7%) e eletrodomésticos (14,2%), na primeira; e de bens de capital para fins industriais (8,7%), para equipamentos de transporte (4,9%) e agrícolas (12,8%), na segunda. A produção de máquinas e equipamentos nesse período teve alta de 12%.