Indústria mineira registra avanço na produção e nos empregos

A indústria mineira revela tendência de crescimento em 2021, segundo a Sondagem Industrial de maio, realizada pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). No período, tanto a produção quanto a geração de empregos no setor apresentaram resultados positivos.
No quesito de desempenho da indústria, o índice de evolução da produção ultrapassou os 50 pontos – fronteira entre recuo e elevação – e marcou 55,7 pontos em maio. “O avanço era esperado, tendo em vista que maio possui mais dias úteis e há aumento da produção em relação a abril”, explicou a economista da Fiemg Daniela Muniz. O indicador cresceu 8,9 pontos tanto em relação ao verificado em abril (46,8 pontos) quanto frente a maio de 2020, e foi o mais elevado para o mês desde o início da série histórica mensal, em 2010.
O índice de evolução do número de empregados, que também compõe indicador de desempenho da indústria, cresceu dois pontos na comparação com abril (51,7 pontos) e 11,4 pontos ante maio de 2020 (42,3 pontos), registrando 53,7 pontos em maio/2021. “Isso é positivo, mostrou aumento do emprego pelo 11º mês consecutivo e é o maior valor para o mês desde o início da série histórica mensal, iniciada em 2011”, acrescentou.
No entanto, com relação ao item “utilização da capacidade instalada efetiva em relação ao usual”, maio representou um avanço de 1,6 ponto em relação a abril (46 pontos) e registrou 47,6 pontos. “A despeito da elevação, o indicador mostrou que a indústria operou com capacidade abaixo do habitual para o mês, ao ficar abaixo dos 50 pontos. Mas o índice aumentou 15,5 pontos na comparação com maio de 2020 (32,1 pontos), e foi o maior para o mês desde 2010”, ressaltou Daniela Muniz.
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Na avaliação da economista, o ritmo lento das vacinações não deve impactar no otimismo das indústrias, como no ano passado, devido à flexibilização com menos restrições e mais curtas. “Neste momento, no aspecto de diminuir o ritmo da economia, nossa maior preocupação são os estoques, que não deixam de estar relacionados à pandemia. Houve um aumento de produção em maio, acompanhado de uma redução no nível de estoques finais. Isso tem a ver com a falta de insumos e com a desorganização das cadeias produtivas, que ainda persiste. Já melhorou muito, mas ainda persiste”, reiterou.
Pela pesquisa, as indústrias mineiras encerraram o mês com os níveis de estoques abaixo do esperado: o índice de estoque efetivo em relação ao planejado registrou 46,3 pontos. O indicador caiu 2,1 pontos frente ao apurado em abril (48,4 pontos).
Expectativas – Os índices de expectativa mostram a visão dos empresários com relação à evolução da demanda, da compra de matéria-prima e do emprego para os próximos seis meses. Valores acima de 50 pontos mostram tendências de crescimento.
O indicador de expectativa da demanda marcou 61,2 pontos em junho deste ano, registrando o maior valor desde outubro de 2020, revelando perspectiva de avanço pelo 12° mês seguido. Ademais, cresceu 0,4 ponto frente a maio (60,8 pontos) e 12 pontos ante junho de 2020 (49,2 pontos), sendo o mais elevado para o mês em 10 anos.
Já o índice de expectativa de compra de matérias-primas registrou 58,8 pontos em junho, aumento de um ponto na comparação a maio (57,8 pontos). O indicador sinalizou perspectiva de elevação nos próximos seis meses pela 12ª vez consecutiva. Também cresceu em relação a junho de 2020 (46,2 pontos), em 12,6 pontos, e foi o maior para o mês em 11 anos.
Na sequência, o indicador de expectativa do número de empregados mostrou, pela 12ª vez seguida, perspectiva de elevação do emprego nos próximos seis meses, marcando 54,7 pontos em junho. Além disso, avançou 0,5 ponto ante maio (54,2 pontos) e 7,1 pontos frente a junho de 2020 (47,6 pontos), sendo o mais elevado para o mês desde o início da série histórica mensal, em 2011.
Por último, o indicador de intenção de investimento, que marcou 60,2 pontos em junho, registrou crescimento de 0,6 ponto em relação a maio (59,6 pontos). Apontou avanço expressivo, de 16 pontos, frente a junho de 2020 (44,2 pontos), e foi o maior para o mês desde o início da série histórica, em 2014.
“Este otimismo está em linha com a melhora gradual da atividade econômica, que temos verificado em vários indicadores, e pela percepção, por parte dos industriais, de que os impactos negativos da segunda onda da Covid-19 na economia foram menores dos que os apresentados no ano passado. Temos que acrescentar também a questão da vacinação, que vai se ampliando”, explicou Daniela Muniz.
A Sondagem Industrial foi realizada entre 1º e 14 de junho com 55 grandes, 49 médias e 60 pequenas empresas.
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