Indústria de móveis em Minas estima retração neste ano

O Sindicato das Indústrias do Mobiliário e de Artefatos de Madeira no Estado de Minas Gerais (Sindimov-MG) está pessimista para o desempenho do setor em 2023. A expectativa da indústria de móveis é de registrar queda no faturamento em relação ao ano passado, já prevista após a baixa de aproximadamente 20% verificada até o momento neste ano. É o que diz o presidente da entidade, Maurício de Souza Lima.
“Não estamos confiantes em crescimento este ano. Acredito que se conseguirmos fechar no mesmo patamar será uma excelente conquista”, afirmou Maurício. Ele explicou que a demanda do segundo semestre começou a aquecer um pouco depois do que normalmente ocorre. Assim, muitas empresas da indústria de móveis em Minas ainda aceitam encomendas para este ano, diferente do comum para o período, quando as entregas já são agendadas apenas para o ano seguinte.
O presidente do sindicato aponta que a construção civil tem impulsionado o setor de moveleiro na parte final de 2023, quando muitas pessoas recebem os pagamentos do 13º salário. “Final de ano, com o 13º, muitos usam para dar uma melhorada em casa com compra de móveis”, comentou.
Maurício pontuou também que a indústria não tem encontrado dificuldade na oferta de insumos, a não ser com itens importados. A baixa expectativa do setor, com resultados menores em relação ao ano passado, impactou a contratação das empresas. “Algumas indústrias farão contratação, porém bem menos que em anos anteriores, principalmente nos três últimos anos”, disse.
Desafios
O presidente do Sindimov-MG afirmou que a mudança no comando do governo federal foi um dos grandes desafios no ano, após gerar desconfiança na economia que travou investimentos. Além disso, o patamar da taxa de juros – que mesmo em queda, ainda é alto – é um entrave para um setor que depende muito de compras financiadas.
Por fim, Maurício destacou a dificuldade de encontrar mão de obra, seja qualificada ou não, e a concorrência com a informalidade na área de móveis planejados. “Estamos vendo a falta de atratividade dos jovens pela indústria no geral”, finalizou o representante da indústria de móveis em Minas.
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