Economia

Produção e emprego da indústria em Minas Gerais recuam em janeiro

Queda, embora típica para o mês, mostrou-se mais acentuada que no início do ano passado
Produção e emprego da indústria em Minas Gerais recuam em janeiro
Foto: Edson Lopes Jr A2 Fotografia

Pelo segundo mês consecutivo, a produção e o emprego da indústria em Minas Gerais seguem em queda, encerrando janeiro a 46,6 pontos e 48,3 pontos, respectivamente. Os indicadores – inferiores ao mínimo desejável de 50 pontos – evidencia sinais de desaceleração na economia nacional, que deve se acentuar nos próximos meses.

Os dados da pesquisa Sondagem Industrial, realizada pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), apontam uma queda de 0,7 ponto com relação ao primeiro mês de 2024, entretanto, na comparação com dezembro, houve um avanço de 5,7 pontos. Já no índice de evolução do número de empregados, o indicador recuou 0,9 ponto na comparação com dezembro e caiu 2,3 pontos frente ao resultado do ano passado.

A economista da Fiemg, Daniela Muniz, avalia que a queda, embora típica para o mês de janeiro, mostrou-se mais acentuada que no início do ano passado. “O desempenho superior de 2024, impulsionado pelos investimentos e consumo das famílias, começou a desacelerar a partir do último trimestre – tendência que deve permanecer ao longo de 2025”.

Este comportamento, segundo ela, é fruto de uma combinação de juros elevados com uma redução gradual de estímulos fiscais e de crédito, o que aumenta a cautela de empreendedores. Vale lembrar que, desde o final do penúltimo trimestre do ano passado, o Banco Central iniciou o atual ciclo de alta da taxa básica de juros (Selic) – que em quatro meses saiu de 10,75% para 13,25% ao ano.

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Com uma maior cautela, o mercado de trabalho, embora pujante, também começa a dar sinais de acomodação. “A inflação acima da meta aliada às incertezas fiscais aumentam precauções de empresários com relação ao futuro e reduzem investimentos, inclusive em novas contratações”, pontua a economista.

Apesar disso, a pesquisa aponta que a indústria em Minas Gerais mantém o otimismo para os próximos seis meses. Com relação a fevereiro, o indicador de expectativa de demanda registrou 54,4 pontos, avançando 2,5 pontos em relação a janeiro, porém com recuo de 2,5 pontos na comparação com a expectativa para fevereiro do ano passado.

Embora em retração na comparação com 2024, a expectativa quanto ao número de empregados também é otimista para o segundo mês deste ano, com 51,9 pontos. O indicador aumentou 2,5 pontos em relação a janeiro, enquanto decresceu 0,9 ponto na comparação com o mesmo período do ano anterior.

Acúmulo de estoques pode impactar produção da indústria de Minas Gerais

Em janeiro, a indústria em Minas Gerais encerrou o mês com acúmulo indesejado de estoques. Segundo a pesquisa, mesmo com recuo na produção, os estoques de produtos finais voltaram a crescer, após dois meses consecutivos de queda.

Para a economista, o resultado indica que a demanda por bens em janeiro foi inferior a esperada para o mês. “Além de resultar em custos para a empresa, os números também impactam a produção futura. O acúmulo de estoques tende a impactar o volume de novas produções, já que o ideal é que fique sempre de acordo com o planejado, nem acima, nem abaixo”, explica.

Com relação à capacidade instalada, a utilização no mês de janeiro foi inferior ao habitual. “Isso sinaliza que as empresas devem continuar operando abaixo da capacidade produtiva habitual para o mês, reflexo do atual cenário econômico“, finaliza Daniela Muniz.

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