Produção e empregos na indústria voltam a cair

O setor industrial de Minas Gerais voltou a apresentar queda tanto na produção quanto no emprego em abril. O indicador de produção ficou em 44,4 pontos, a oitava redução em 12 meses.
Enquanto o índice de empregos na indústria mineira fechou o mês em 49,3 pontos, a primeira queda após dois meses. É o que apontam os dados da pesquisa Sondagem Industrial realizada pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).
Vale lembrar que resultados acima de 50 pontos significam aumento na produção industrial e na geração de empregos. No entanto, números abaixo dessa linha representam queda desses indicadores.
Com isso, o índice de evolução da produção recuou 11,9 pontos frente a março deste ano (56,3) e 3,8 pontos se comparado com abril de 2022 (48,2). Já o indicador de evolução do número de empregados decresceu 2,9 pontos na comparação com março (52,2) e 1,9 ponto frente ao mesmo mês do ano anterior (51,2).
Devido à queda da produção, os estoques de produtos finais aumentaram pelo sexto mês consecutivo, ficando com 54,4 pontos no indicador. O nível de estoques ficou acima do esperado, conforme índice de estoque planejado (53 pontos), o que sugere que a demanda por bens industriais foi inferior à esperada.
A pesquisa também revelou que as empresas estão operando com capacidade produtiva abaixo da habitual para o mês. O índice de utilização da capacidade instalada efetiva em relação à usual registrou 43,2 pontos em abril. Essa pontuação é 3,1 pontos abaixo do registrado em março (46,3) e 1,3 ponto na comparação com abril de 2022 (44,5).
Expectativas da indústria
O otimismo dos empresários do Estado apresentou recuo, mesmo com as perspectivas positivas quanto à demanda, à compra de matérias-primas e ao número de empregados nos próximos seis meses. As expectativas foram as menores para o mês de maio desde 2020.
O índice de expectativa de demanda no setor industrial mineiro ficou em 52,9 pontos em maio. O resultado sinalizou perspectiva de expansão da demanda no curto prazo. O indicador ficou três pontos abaixo do alcançado em abril (55,9) e 4,7 pontos inferior ao observado em maio de 2022. Esse foi o menor resultado para o mês desde 2020.
Já o índice de expectativa de compra de matérias-primas marcou 53,4 pontos em maio, queda de 1,9 ponto em relação ao mês anterior (55,3). O indicador sinalizou perspectiva de aumento das compras de matérias-primas nos próximos seis meses. O resultado foi 2,5 pontos abaixo do índice de maio do ano passado (55,9), sendo o mais baixo para o mês desde 2020.
No caso do indicador de expectativa de número de empregados nos próximos seis meses, o índice ficou próximo da fronteira entre retração e aumento ao marcar 50,1 pontos. Isso representa uma queda de 3,2 pontos frente a abril (53,3), e em relação a maio de 2022 (54,3 pontos) o indicador recuou 4,2 pontos. Essa foi a menor pontuação para o mês desde 2020.
As intenções de investimento também diminuíram e ficaram abaixo das registradas há um ano. O indicador de intenção de investimento registrou 57 pontos em maio. Esse resultado é 3,2 pontos abaixo do observado no mês anterior (60,2) e 3,4 pontos menor que o alcançado em maio de 2022 (60,4).
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