Economia

Indústria se pronuncia sobre ataques de Kalil

Indústria se pronuncia sobre ataques de Kalil
Crédito: Lucas Nolasco

Com o fim das disputas eleitorais para o governo de Minas, no último domingo, a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) decidiu, ontem, se pronunciar pela primeira vez sobre os ataques recebidos durante o período de campanha. A entidade vinha sendo alvo de sucessivas críticas do então candidato do PSD ao governo estadual, Alexandre Kalil. 

Dentre as menções, o ex-prefeito de Belo Horizonte teria declarado que a atual “gestão da entidade é um desastre em Minas Gerais”, se assemelhando às tragédias ambientais ocorridas em Brumadinho e Mariana, cidades mineradoras na região Central do Estado. Já em outra oportunidade, o candidato também teria se referido a uma possível ajuda financeira realizada pela Fiemg ao partido Novo, do governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema.

O presidente do Sistema Fiemg, Flávio Roscoe, enfatizou não ser uma realidade as falas de Alexandre Kalil. “A gente não concorda e não aceita essa postura de demonizar a atividade do empresariado da indústria. A atividade empresarial é fundamental para qualquer sociedade. É o empreendedor que muda, transforma e que gera riqueza. Essa riqueza que muitas vezes é extraída para pagar salários, que gera renda para a sociedade e gera também o poder de consumo”. 

“As palavras proferidas por Kalil não procedem com a sociedade e repudiamos o seu comportamento. Portanto, vale ressaltar que o setor produtivo é quem traz valor para a sociedade. É o setor industrial que promove o desenvolvimento e não o governo. O governo apenas entra com a parte da renda e redistribui políticas públicas”, defendeu.

Roscoe explicou que é importante defender o papel da entidade, que assume seriamente o desenvolvimento do Estado. “Eu gostaria de fazer esse resgate do papel do empreendedor, dizer que entidade de classe está aqui para representar e defender o setor produtivo. No entanto, só há um candidato (Alexandre Kalil) que não gosta que entidade civil organizada se manifeste. Ele gosta de ser ditador. Gosta de só ele ter a opinião. Só ele pode ter voz e sabe a realidade, e ninguém pode discordar”, disse.

Para o presidente da entidade, a população precisa ficar atenta. “A sociedade tem que estar atenta para isso. Nós batemos palmas quando é preciso bater. Dispomos que o governo atual do Estado tem feito um grande trabalho na melhoria do ambiente de negócios. Pegou o Estado falido, quebrado, já está ajustando as pontas”, elogiou Roscoe, o governo de Romeu Zema.

Financiamento 

Em relação à acusação de financiamento de campanha, Roscoe apresentou o argumento de que somente pessoas físicas podem financiar campanhas, conforme as normas eleitorais. “A acusação de que financiamos campanhas é completamente leviana. Temos 65 mil empresários, e qualquer empresário industrial tem de consultar as leis. Então, qualquer industrial que apoiar um candidato é ele quem estará apoiando. Tenho certeza que teve industriais apoiando o Alexandre Kalil. Eu garanto que a nossa contabilidade está aberta para quem quiser ver. Nunca houve nenhum apoio, nenhum candidato. Pelo menos nos anos em que estou aqui”, declarou o presidente.

“Não passarão aqueles que desejam demonizar os empresários. Os empresários fazem uma grande contribuição para a sociedade. É uma contribuição que chega aos R$ 30 bilhões ao ano. Então, demonizar empresários de maneira geral como se fossem criminosos, como se fossem detratores da sociedade, é uma crítica mais que equivocada”. 

Ação judicial 

Como medida de defesa às acusações feitas por Alexandre Kalil, a Fiemg entrou na semana passada com uma ação penal. A entidade solicita a retirada das ofensas, de modo que caso não consiga provar o que foi dito, o então candidato terá que responder judicialmente. O prazo da ação para a apresentação das provas ainda não foi definido, porém, deve ocorrer nas próximas semanas, segundo o departamento jurídico da Fiemg. 

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