Inflação acumula alta de 10,58% em 12 meses na capital mineira

Ainda que em níveis menores, a inflação em Belo Horizonte apresentou nova alta. Em maio, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,07%, elevando para 10,58% o incremento acumulado nos últimos 12 meses. Nos mês, a alta foi puxada, principalmente, pela passagem aérea, que ficou 43,7% mais cara, seguida pela refeição fora do lar, 2,03%, e leite, com incremento de 7,26%.
De acordo com os dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead), dentre os 11 itens agregados que compõem o IPCA, os maiores destaques, em termos de variação, foram as altas de 7,42% para vestuário e complementos, 1,38% para alimentos elaboração primária e 1,18% para alimentos industrializados. No sentido oposto, é importante destacar a queda de 8,39% vista em alimentos in natura.
O gerente de Pesquisa do Ipead, Eduardo Antunes, explica que a alta na inflação de maio subiu em níveis menores que os anteriores e foi influenciada pelas passagens aéreas. Segundo ele, o setor enfrentou significativas elevações dos custos.
“O IPCA subiu pouco em maio e nosso índice seguiu a tendência dos demais institutos. O destaque foi a alta da passagem aérea. O setor de aviação, que enfrentou aumento importante dos custos, é um dos últimos que ainda estão recompondo os preços. Além disso, o arrefecimento da pandemia elevou a demanda por viagens, estimulando o setor. Outro fator é a oferta de rotas, que ainda não está na totalidade vista antes da pandemia”, explicou.
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Em maio, somente a passagem aérea apresentou alta de 43,70% nos preços. Em seguida, veio a refeição, com aumento de 2,03%. De acordo com Antunes, a elevação dos custos da alimentação fora do lar e a retomada da atividade são fatores que explicam o aumento.
Alta expressiva também foi vista nos preços do leite, terceira maior contribuição para a inflação. Em maio, o valor subiu 7,26%.
“O período de entressafra tem reduzido a oferta e impactado o preço do leite. Além disso, os custos de produção subiram muito, o que tem feito com que produtores abandonem a atividade”, destacou.
Alguns itens tiveram redução de preços e foram importantes para que o IPCA não avançasse mais. No mês, a energia elétrica residencial retraiu 10,30%, resultado da adoção da bandeira verde.
“A mudança de bandeira foi importante e ajudou a segurar a alta da inflação”, disse Antunes.
Queda também foi vista nos preços do lanche, -4,26%, excursões, -2,07%, e do tomate, -27,45%.
Segundo Antunes, no cenário atual, de incertezas, é difícil traçar uma estimativa para a inflação de junho. Porém, o aumento de 15,5% nos planos de saúde vai impactar.
Confiança do consumidor
A inflação e os juros em alta aliados às instabilidades da economia fizeram com que o Índice de Confiança do Consumidor de Belo Horizonte (ICC-BH) caísse ainda mais em maio. No mês, a retração foi de 0,47% e o ICC atingiu 34,37 pontos, mostrando o pessimismo dos consumidores da capital mineira.
“O índice continua em níveis pessimistas e será difícil sair desse patamar com a conjuntura atual. A queda, no mês, foi puxada pelo Índice de Expectativa Econômica (IEE), que avalia a situação econômica do País, a inflação e o emprego”.
No mês, o índice de expectativa econômica recuou 7,57% em comparação com o valor do mês anterior, influenciado pela baixa na percepção dos consumidores sobre o item emprego, com queda de 11,7%, inflação, com retração de 3,93%, e situação econômica do País, 5,29%.
Já o Índice de Expectativa Financeira (IEF) apresentou alta em comparação com o mês de abril, 3,37%, sendo o item pretensão de compra o que apresentou a maior elevação do setor (18,65%).
Cesta básica
Após cinco meses de elevação consecutiva, o preço da cesta básica recuou em maio. Com importante queda de 4,95%, o valor ficou em R$ 680,80. Mesmo com a retração, o valor continua alto e já representa 56,17% do salário mínimo.
Nos últimos 12 meses, a cesta básica registrou valorização de 22,15% e acumula nos primeiros cinco meses do ano elevação de 11,82%.
“A cesta básica apresentou uma arrefecida importante, depois de cinco meses de altas consecutivas. Em abril, o valor estava acima de R$ 700, e agora, com a queda de quase 5%, voltou a ficar abaixo, encerrando o mês em R$ 680,80”, explicou o gerente de Pesquisa do Ipead, Eduardo Antunes.
A queda foi puxada pelo tomate, que apresentou variação negativa 27,4%. O preço da banana caiu 12,36% e da chã de dentro, 2,64%.
Entre as altas, destaque para o leite, 11,64%, farinha de trigo, 10,54%, e feijão carioquinha, 2,67%.
Intenção de compras para Dia dos Namorados avança
A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead) também fez um levantamento sobre a pretensão de compras para o Dia dos Namorados, e a estimativa é positiva.
Conforme pesquisa de Pretensão de compra para o Dia dos Namorados de 2022, 38,10% dos entrevistados pretendem presentear uma pessoa na data comemorativa, sendo o maior percentual apurado desde 2019.
Apesar da alta na intenção, o valor médio dos presentes caiu. A estimativa é de um tíquete médio de R$ 98,13 neste ano, montante 6,75% menor que o visto na pesquisa de 2021.
“Este ano, a pesquisa mostrou uma percepção melhor em relação ao número de pessoas que querem presentear, que foi a maior desde 2019. Apesar disso, o tíquete caiu, passando de R$ 105 visto em 2021 para atuais R$ 98. Isso mostra que, apesar da maior intenção em presentear, o valor será menor pelo momento atual, em que as famílias tentam controlar as contas”, completou.
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