Economia

Alta do preço da cerveja nos bares impulsiona avanço da inflação de Belo Horizonte em novembro

Apesar da alta, economista aponta que valor ficou abaixo do esperado para o período
Alta do preço da cerveja nos bares impulsiona avanço da inflação de Belo Horizonte em novembro
Crédito: Giovanna Gomes / Unsplash

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo de Belo Horizonte (IPCA) de Belo Horizonte teve aumento de 0,10% em novembro de 2025, segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead). Impulsionado, em grande parte, pelas altas nas passagens aéreas (20,76%), cerveja em bares (6,77%) e condomínio residencial (0,64%).

“As cervejas em bares acabaram subindo bastante, quase 7%, mais uma vez motivado pelo final do ano. É período de comemorações, encontros de empresas e, com isso, o movimento dos bares aumenta bastante. Tem também o aumento dos impostos, mas o aumento da demanda é o grande vilão para essa alta no final do ano”, afirmou o gerente de pesquisa Ipead, Eduardo Antunes.

O aumento não foi maior devido à queda nos alimentos, principalmente na alimentação residencial, que registrou recuou 2,19%. Itens como leite (-4,40%), arroz (-8,57%), pão francês (-3,25%) e alho (-20,27%) foram os que mais contribuíram para segurar a alta. A gasolina também registrou queda de -0,84% no período.

“Normalmente, para esta época do ano, a inflação sobe um pouco mais, mas curiosamente a alimentação acabou ajudando a segurar o índice. A alimentação caiu 0,50% de modo geral. Inflação baixa para o período. No final do ano muitas coisas sobem por causa da demanda. Fechar nesse patamar de 0,10% é bem abaixo do que normalmente vem acontecendo nos últimos anos”, disse Antunes.

A inflação em novembro de 2024 foi de 0,22%, mais do que o dobro da atual. No acumulado do ano, o IPCA-BH cresceu 4,12%, enquanto nos últimos 12 meses foi 4,62%.

“A alimentação (em novembro de 2024) tinha puxado muito, com subida de 1,57%. Todos os índices de alimentação haviam subido naquele período. Neste ano, a alimentação nas residências está caindo e somente fora da residência está subindo”, concluiu o economista da Ipead.

Inflação subiu menos para famílias de menor renda na Capital

Já o Índice de Preços ao Consumidor Restrito de Belo Horizonte (IPCR-BH), que considera o consumo das famílias com renda de até cinco salários mínimos, teve aumento de 0,02% em novembro. Tendo aumento no ano de 4,18% e 4,47% nos últimos 12 meses.

Neste índice, a queda da alimentação foi de 0,97% em novembro, muito afetado pela queda do subgrupo alimentação na residência (-2,19%); já o aumento teve como destaques os subgrupos bebidas em bares e restaurantes (3,29%) e vestuário e complementos (2,25%).

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