Custo da alimentação cai, e inflação de Belo Horizonte tem leve alta em setembro

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo de Belo Horizonte (IPCA-BH), calculado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead), apresentou alta de 0,05% em setembro, após deflação de 0,24% em agosto. No acumulado de 2025, o IPCA na capital mineira subiu 4,06%. Nos últimos 12 meses, a expansão é de 5,52%.
O custo do condomínio residencial na capital mineira subiu 0,51% e, considerando o seu peso no índice, foi a maior contribuição individual para o custo de vida belo-horizontino subir.
O grupo alimentação seguiu em trajetória de queda ao recuar 0,62% em setembro, após retração de 0,29% em agosto. O resultado foi impulsionado principalmente pelo subgrupo alimentação na residência, cujo indicador caiu 0,48% em Belo Horizonte, puxado pelas retrações dev alimentos in natura (-0,85%), alimentos em elaboração primária (-0,48%) e alimentos industrializados (-0,39%).
Os preços do subgrupo alimentação fora da residência também apresentaram queda de 0,79% em Belo Horizonte, impulsionados pelas retrações de 0,94% nos custos de bebidas em bares e restaurantes e de 0,77% no preço médio da alimentação em restaurante na capital mineira.
Pressão
Os produtos não alimentares registraram alta de 0,19% em setembro, uma aceleração frente à queda de 0,23% do grupo em agosto. O resultado é consequência da aceleração dos preços nos subgrupos habitação e produtos pessoais, que registraram acréscimos de 0,57% e 0,20% no mês, respectivamente.
Depois do condomínio residencial, os aumentos de 18,22% nos preços de bijuterias, de 11,14% nas roupas de cama, de 0,48% no custo do automóvel novo e de 13,70% no preço de ingressos para jogos também pesaram para aumentar o índice geral, considerando o tamanho do impacto individual de cada item.
Já as quedas de 0,83% no custo médio da refeição fora de casa, de 8,54% no perfume e de 9,67% no preço do vestido adulto, no nono mês de 2025, contribuíram para segurar a inflação em Belo Horizonte. A assinatura do pacote de telefonia fixa e internet e o tomate também apresentaram redução nos preços em setembro e ajudaram a segurar o índice geral no período.
Inflação para o consumidor restrito em Belo Horizonte desacelera
O levantamento do Ipead aponta ainda que o Índice de Preços ao Consumidor Restrito (IPCR) de Belo Horizonte, para famílias com renda de até cinco salários mínimos, recuou 0,08% em setembro, uma desaceleração frente à alta de 0,10% em agosto.
No ano, o IPCR acumulou um crescimento de 4,33% na capital mineira, enquanto nos últimos 12 meses a inflação acumulada foi de 5,98%, segundo levantamento da Fundação Ipead.
A alimentação no IPCR, um grupo que afeta sensivelmente famílias dessa faixa de renda, apresentou queda de 0,71% no nono mês do ano. A maior contribuição foi do subgrupo alimentação na residência, com uma deflação de 0,77% no mês.
O resultado é fruto das quedas de 2,58% no custo dos alimentos in natura, de 0,72% nos alimentos em elaboração primária e de 0,27% nos preços de alimentos industrializados.
O custo médio da alimentação fora da residência nesse índice recuou 0,60%, puxado pela queda de 0,68% em alimentação em restaurante e de 0,21% em bebidas em bares e restaurantes.
Os produtos/serviços que mais contribuíram para a alta do IPCR em Belo Horizonte foram a bicicleta e a roupa de cama, com altas de 6,47% e 11,14% nos preços em setembro, respectivamente, seguidos do aumento de 0,49% no aluguel residencial e de 0,54% no custo do automóvel usado.
Alimentação fora da residência é decisiva e IPCA de Belo Horizonte surpreende
O gerente de pesquisas da Fundação Ipead, Eduardo Antunes, aponta que IPCA de Belo Horizonte surpreendeu ao apresentar quase estabilidade em setembro, já que a tendência era de uma inflação um pouco mais expressiva. Os preços dos alimentos, em queda consistente nos últimos dois meses, têm segurado a inflação belo-horizontina.
“O comportamento de vários produtos, como a alimentação fora de casa, que apresentou queda, tomate, e alguns serviços ajudou de forma consistente a segurar essa elevação”, disse. “Apesar de não ter sido um destaque relevante nesse momento, a pequena queda de preço da gasolina também contribuiu. Nesse cabo de força, praticamente não tivemos produtos que se destacassem demais para elevar ou diminuir a inflação”, complementa.
A alimentação fora da residência, por exemplo, item do grupo alimentação, outrora um fator de pressão ao IPCA de Belo Horizonte, agora se tornou uma variável decisiva para segurar o indicador, analisa Antunes. “É a primeira vez nos últimos seis meses que a alimentação fora da residência apresentou queda de preços”, destaca.
A tendência para até o fim do ano no momento, afirma o pesquisador do Ipead, aponta para uma inflação com elevações em patamares menores na capital mineira.
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