Economia

Inflação chega a 5,89% em Belo Horizonte no acumulado de 12 meses, a mais alta do País

Combustíveis e o setor de serviços puxam a alta na Região Metropolitana de Belo Horizonte
Inflação chega a 5,89% em Belo Horizonte no acumulado de 12 meses, a mais alta do País
Crédito: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou alta de 5,89% na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), no acumulado dos últimos 12 meses. Este é, mais uma vez, o maior resultado de inflação entre as 16 áreas pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em contrapartida, no mês de agosto, o índice desacelerou na RMBH. Em agosto, a inflação subiu 0,13%, enquanto em julho, a alta havia sido de 0,26%. Apesar da desaceleração, a Região Metropolitana de Belo Horizonte ainda não registrou decréscimo de inflação este ano

Já no Brasil, pela primeira vez neste período, houve registro de taxa negativa desde junho de 2023, quando o índice registrou queda de 0,08%. O IPCA nacional de agosto foi de queda de 0,02%, após alta de 0,38% no mês anterior.

O resultado regional, de acordo com economista-chefe do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), Izak Carlos da Silva, mostra que a RMBH é a região analisada com maior nível de inflação e também a maior em nível de preços.

Conforme o especialista explica, na Capital e entorno, os preços são puxados pelo o que o IPCA-15 já havia antecipado: artigos de residência (0,63%) e transporte (0,48%), que tem encarecido o custo de vida na região.

O conteúdo continua após o "Você pode gostar".


No entanto, Silva cita uma leve deflação no grupo de alimentação e bebidas (-0,12%), muito associado aos tubérculos (-19,5%), também no grupo de habitação (-0,42%) em função da sazonalidade dos reajustes em aluguéis de modo geral.

“Estamos bem pior do que o Brasil em termos de inflação. Isso se deve ao grupo de transporte e ao grupo de artigos de residência. O primeiro associado ao custo dos combustíveis de um modo geral, e o outro associado à inflação de serviços que são subjacentes, mais difíceis de desinflacionar, e associados ao emprego e renda que estão fortalecidos”, diz.

De janeiro a agosto o índice na RMBH teve alta de 4,04%, enquanto que no País a taxa foi de 2,85%.

Bandeira verde contribui para a deflação no País

O resultado nacional, de acordo com o gerente da Pesquisa do IBGE, André Almeida, foi influenciado pela queda em habitação (-0,51%), após redução nos preços da energia elétrica residencial (-2,77%), e alimentação e bebidas (-0,44%), com a segunda queda consecutiva da alimentação no domicílio (-0,73%).

Ele destaca ainda a mudança de bandeira tarifária da energia como fator principal para explicar o resultado.

“A principal influência veio da energia elétrica residencial, com o retorno à bandeira tarifária verde em agosto, onde não há cobrança adicional nas contas de luz, após a mudança para a bandeira amarela em julho”, pontua.

Ao analisar o IPCA Brasil, Izak Carlos da Silva, do BDMG, avalia que foi uma inflação (0,02%) esperada, trazendo o que ele chama de “estabilidade relativa”. Segundo ele, os índices foram puxadas por itens que se destacaram, para cima e para baixo, trazendo a compensação. 

“Foi um resultado positivo em termos de estabilização da inflação. É um resultado que traz para o País uma variação acumulada de 2,85% e uma variação acumulada em 12 meses, de 4,24%”, observa. Ele avalia que são variações que indicam a convergência da inflação para a meta [do Banco Central, que é de 3% ao ano, podendo oscilar de 1,5% a 4,5%]”, conclui.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas