Gasolina, energia e automóveis puxam queda da inflação em BH
Principal termômetro do custo de vida, a inflação recuou 0,05% em Belo Horizonte no mês de outubro após alta de 0,05% em setembro. A queda foi impactada pelos segmentos Gasolina comum, Tarifa de energia elétrica residencial e Automóvel novo, que registraram as maiores contribuições favoráveis no último mês.
No acumulado do ano, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo de Belo Horizonte (IPCA-BH) registra crescimento de 4,01%, enquanto no recorte de 12 meses, a elevação soma 4,75%. Os dados divulgados nesta quinta-feira (6), constam no índice calculado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead).
Em alta, o grupo Alimentação subiu 1,06% em outubro, com destaque para os subgrupos de Alimentação na residência (1,18%) e Alimentação fora da residência (0,91%). As maiores altas concentraram nos segmentos de Alimentos in natura (3,10%), Bebidas em Bares e Restaurantes (2,69%) e Alimentos industrializados (1,59%).
Considerando todos os grupos, os itens que tiveram as maiores altas nos preços foram:
- Joias (14,10%)
- Perfume (6,36%)
- Aniversário (festa) (2,70%)
Já as maiores reduções foram:
- Blusa feminina (-16,80%)
- Roupa de cama (-11,95%)
- Tarifa de energia elétrica residencial (-4,09%)
Pelo segundo mês consecutivo, a inflação sentida pelas famílias de 1 a 5 salários mínimos em Belo Horizonte recuou, marcando 0,16% em outubro e 0,08% em setembro. Itens como artigos de residência, transporte, energia elétrica e despesas pessoais contribuíram para a queda.
Apesar do recuo, os preços de alimentos in natura seguem pressionando o custo de vida na capital mineira, correspondendo pelo maior aumento observado, de 5,08%. A única queda no grupo foi observada no item Alimentos em elaboração primária (-0,8%).
Alimentação segue pressionando orçamento das famílias

Apesar do recuo, os preços de alimentos in natura seguem pressionando o custo de vida na capital mineira, correspondendo pelo maior aumento observado, de 5,08%. A única queda no grupo foi observada no item Alimentos em elaboração primária (-0,8%).
O economista e conselheiro de política econômica Stefan D’Amato avalia que, embora o custo de vida em Belo Horizonte tenha permanecido relativamente estável em 2025, a inflação segue marcada por fortes contrastes entre grupos de produtos.
“A persistente alta dos alimentos, sobretudo os in natura e as refeições fora de casa, reflete uma combinação de sazonalidade agrícola, custos de insumos ainda elevados e rigidez no setor de serviços, fatores que mantêm a alimentação como o principal vetor de pressão sobre os orçamentos familiares”, argumenta.
Essa dinâmica, segundo ele, explica a persistência da sensação inflacionária no cotidiano das famílias, especialmente as de menor renda. O Índice de Preços ao Consumidor Restrito de Belo Horizonte (IPCR-BH), que representa o consumo das famílias de até cinco salários mínimos, mostra que a inflação para os grupos populares segue mais resistente, especialmente no subgrupo Alimentação fora da residência, que avançou 1,38%.
Tendência é encerrar o ano próximo ao centro da meta da inflação
Para o último bimestre de 2025, o economista projeta uma ligeira aceleração da inflação, associada ao maior dinamismo do comércio e dos serviços no período de festas, à entrada do 13º salário e à recomposição de estoques no varejo. Ainda assim, o quadro geral permanece de inflação sob controle, com tendência de encerramento do ano em patamar próximo ao centro da meta.
Ele complementa que o desafio segue entorno da desigualdade no impacto da inflação em Belo Horizonte. “Enquanto os preços da energia e dos combustíveis aliviam o custo de vida médio, os alimentos e os serviços básicos continuam pesando de forma mais intensa sobre o cotidiano das famílias de renda mais baixa”, finaliza D’Amato.
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