Economia

Inflação da cesta básica volta a superar o IPCA nacional em 12 meses

Inflação da cesta básica volta a superar o IPCA nacional em 12 meses
Crédito: Ideme

Rio de Janeiro – A inflação dos alimentos que compõem a cesta básica chegou a 12,67% no acumulado de 12 meses, até fevereiro, no Brasil, aponta estudo produzido por professores do curso de economia da PUCPR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná).

Com o resultado, o indicador voltou a ficar acima do IPCA, o que não ocorria desde outubro. Até fevereiro, o IPCA teve avanço de 10,54% em 12 meses.

“Toda a população é afetada pela alta dos alimentos que compõem a cesta básica. As pessoas querem comprar produtos como café, açúcar, pão e carne. Mas são as classes com renda mais baixa que sofrem mais com uma inflação tão alta”, diz o economista Jackson Bittencourt, coordenador do curso de economia da PUCPR.

Composto pela variação dos preços de 13 alimentos, o indicador da cesta básica passou a ser divulgado pela universidade ao longo do segundo semestre do ano passado. Os registros da série tiveram início em setembro.

O conteúdo continua após o "Você pode gostar".


Naquele mês, a inflação da cesta básica era ainda maior, estimada em 15,96%. Enquanto isso, o IPCA estava em 10,25%.

Nos meses seguintes, houve uma inversão. O indicador que mede a variação da cesta perdeu fôlego, sendo ultrapassado pelo IPCA em novembro.

A situação, agora, mudou outra vez. A variação da cesta básica ganhou mais força no início de 2022. Assim, ficou novamente acima do índice geral de inflação do País.

No recorte mensal, a variação da cesta básica atingiu 2,02% em fevereiro. A taxa foi até menor que a de janeiro (2,27%). Mesmo assim, correspondeu ao dobro do IPCA de fevereiro (1,01%).

Segundo o estudo, os 13 alimentos da cesta subiram no mês passado. Os maiores avanços foram verificados na batata-inglesa, que disparou 23,49%, e no feijão-carioca, que aumentou 4,77%.

No acumulado de 12 meses, a maior alta foi a do café em pó: 61,19%. Em seguida, aparece o açúcar cristal, que subiu 36,30% em igual período. A produção de ambos foi prejudicada pela crise hídrica e por geadas no ano passado.

Na largada de 2022, o clima adverso voltou a afetar plantações, pressionando preços de alimentos no País. Enquanto municípios do Sudeste registraram excesso de chuva, o Sul amarga período de seca.

O avanço até fevereiro ainda não contempla o impacto da guerra entre Rússia e Ucrânia, que elevou as cotações de commodities agrícolas, como trigo, milho e soja.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas