Inflação da RMBH desacelera em maio

A inflação na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) desacelerou em maio. A alta foi de 0,17% no mês, menor que a variação de 0,49% de abril, segundo levantamento divulgado nesta terça-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O índice para a região foi o quinto menor resultado mensal entre as 16 áreas pesquisadas e ficou abaixo do resultado nacional em igual base de comparação (0,26%).
A energia elétrica residencial provocou o maior impacto individual no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) na RMBH e o grupo de habitação apresentou o maior aumento percentual mensal.
Na região, sete dos nove grupos apresentaram altas no quinto mês de 2025:
- habitação (1,51%),
- comunicação (0,51%),
- despesas pessoais (0,47%),
- saúde e cuidados pessoais (0,27%),
- alimentação e bebidas (0,26%),
- educação (0,18%)
- e vestuário (0,18%).
E dois grupos apresentaram deflação: transportes (-1,06%) e artigos de residência (-0,25%).
Índice da RMBH é o mais baixo do ano
O coordenador do IPCA em Minas, Venâncio da Mata, destaca que a inflação de maio foi a mais baixa registrada na RMBH neste ano até o momento. E ressalta que no grupo habitação, a energia elétrica residencial (3,67%) provocou o maior impacto individual no índice em maio: 0,14 ponto percentual (p.p.).
“O motivo foi a vigência da bandeira tarifária amarela no mês de maio, adicionando R$1,885 na conta de luz a cada 100 quilowatt-hora (KWh) consumidos. Ainda no grupo, o gás de botijão teve alta de 2,11%, impactando o índice em 0,03 ponto percentual”, diz.
No grupo alimentação e bebidas, os destaques foram a batata-inglesa (13,44%), o café moído
(4,70%) e o lanche (0,97%), com impactos de 0,04p.p., 0,04p.p. e 0,02p.p., respectivamente. Do lado das quedas, se destacaram o tomate (-11,54%), a laranja-pera (-11,38%) e o ovo de galinha
(-5,15%), com impactos respectivos de -0,05p.p., -0,02p.p. e -0,02p.p. sobre o índice geral na RMBH.
No grupo comunicação, o plano de telefonia móvel registrou alta de 1,52%, com impacto de
0,02 ponto percentual. Em despesas pessoais, o cabeleireiro e barbeiro também
registrou aumento de 1,52%, impactando o índice em 0,02 ponto percentual.
No grupo saúde e cuidados pessoais, os produtos farmacêuticos apresentaram elevação de 0,65%, com impacto de 0,03p.p. no índice, após a autorização do reajuste de até 5,09% nos preços dos medicamentos a partir de 31 de março.
No grupo transportes, o especialista do IBGE ressalta o recuo de 3,04% da gasolina, que provocou o maior impacto individual: -0,17 ponto percentual. Além disso, a passagem aérea caiu 18,85%,
provocando um impacto de -0,09p.p. no índice geral. Por outro lado, o instituto computou aumentos no conserto de automóvel (0,90%) e no automóvel usado (0,89%), com impacto de 0,02p.p., cada um.
No acumulado dos cinco primeiros meses de 2025, o IPCA na RMBH computou alta de 2,83%, superior a elevação nacional de 2,75%. Na variação acumulada em 12 meses, a Grande BH apresentou alta de 5,63%, o quarto maior resultado entre as áreas de abrangência da pesquisa. Em igual base de comparação, o Brasil acumulou elevação de 5,32%.
Alívio pontual – O economista Stefan D’Amato diz que o resultado de maio sinaliza um alívio pontual, mas não elimina preocupações com a dinâmica de preços na Região Metropolitana de Belo Horizonte. “A desaceleração observada no mês reflete, em grande parte, efeitos temporários, como a queda nos preços de combustíveis e passagens aéreas, além de oscilações em alguns alimentos”, diz.
Ele acrescenta que itens ligados à moradia e aos serviços pessoais continuam a registrar aumentos de preços com frequência, o que mostra que há forças inflacionárias persistentes. “Muitos desses aumentos são impulsionados por custos repassados por empresas e prestadores de serviços, e tendem a ter maior inércia. Isso significa que, mesmo com oscilações positivas em alguns meses, o orçamento das famílias permanece sendo pressionado em ritmo contínuo — sobretudo no consumo básico e recorrente”, analisa.
O coordenador do IPCA em Minas, diz que uma das pressões para a inflação em junho é novamente a energia, em razão da mudança da bandeira de energia. No último dia 30, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou o acionamento da Bandeira Vermelha, no patamar 1, para o mês de junho de 2025, indicando aumento no custo da energia para os consumidores. Isso significa que as contas de energia elétrica terão cobrança adicional de R$ 4,46 a cada 100 kW/h (quilowatt-hora) consumidos.
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