Economia

Inflação impacta desempenho do setor de serviços em Minas de janeiro a novembro

Na comparação com novembro de 2023, o setor registrou uma expansão de 2% no Estado, abaixo do avanço nacional de 2,9%
Inflação impacta desempenho do setor de serviços em Minas de janeiro a novembro
Crédito: Adobe Stock

O setor de serviços de Minas Gerais cresceu 0,9% em novembro em relação a outubro, resultado acima da média nacional no período, quando o volume de serviços no Brasil registrou queda de 0,9%. Na comparação com novembro de 2023, no entanto, o setor registrou uma expansão de 2% em Minas Gerais, abaixo do avanço nacional de 2,9%. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada nesta quarta-feira (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).  

A analista de pesquisa do IBGE de Minas Gerais, Alessandra Coelho de Oliveira, explica que o crescimento mensal mineiro é o terceiro consecutivo e está cada vez mais próximo do maior pico da série histórica. “Em novembro, o Estado atingiu um volume de serviços muito próximo ao pico da série ocorrido em abril de 2024, registrando apenas 0,2% abaixo do volume pico”, explica.

Na comparação com novembro de 2023, entretanto, em Minas Gerais, o setor obteve expansão abaixo da média nacional. Para o economista do C6 Bank, Heliezer Jacob, o resultado aquém do País é reflexo da inflação elevada em Minas Gerais. “A alta inflação contribuiu para um setor de serviços mais fraco ao longo do ano”, avalia.

Entre os segmentos que tiveram resultado abaixo da média nacional em Minas Gerais está o de serviços profissionais, administrativos e complementares, com queda de 8,1% em relação a novembro de 2023.  “Por outro lado, os serviços prestados às famílias, que têm um peso importante no cálculo do Produto Interno Bruto (PIB), já subiram mais de 8% [em relação a novembro de 2023] em Minas Gerais, quase o dobro da média nacional”, diz Jacob. 

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No acumulado de janeiro a novembro de 2024, frente a igual período do ano anterior, o avanço do volume de serviços no Brasil (3,2%) se repetiu em grande parte do País e alcançou 21 das 27 unidades da federação. As principais expansões ocorreram em São Paulo (4,8%), seguido por Rio de Janeiro (3,8%), Santa Catarina (6,6%), Paraná (3,9%) e Minas Gerais (1,9%).

Cenário nacional 

Segundo o economista do C6 Bank, o setor de serviços se mostrou bastante resiliente no Brasil ao longo de 2024. “Nossa projeção é que o setor termine o ano com um crescimento próximo a 3% no País. Para 2025, esperamos uma expansão um pouco menor, de 2%”, aponta,

Em função deste cenário, o C6 Bank projeta uma expansão do PIB brasileiro de 2% em 2025, menor que os 3,5% inicialmente previstos para 2024.

Turismo retrai em novembro no País

Em novembro de 2024, o índice de atividades turísticas apontou retração de 1,8% frente ao mês imediatamente anterior, eliminando, assim, parte do ganho de 5,5% acumulado no período setembro-outubro.

Com isso, o segmento de turismo se encontra 11,1% acima do patamar de fevereiro de 2020 e 1,8% abaixo de outubro de 2024, ponto mais alto da série histórica. De acordo com o levantamento, 11 dos 17 locais pesquisados acompanharam este movimento de retração verificado na atividade turística nacional (-1,8%). 

Minas Gerais foi o único Estado que ficou estável, registrando 0% de crescimento em relação a outubro. A influência negativa mais relevante ficou com São Paulo (-2,6%), seguido por Paraná (-2,3%), Pará (-6,9%) e Ceará (-3,7%). Em sentido oposto, o Rio Grande do Sul (6,6%) liderou os ganhos do turismo, seguido por Rio de Janeiro (0,8%) e Goiás (3,5%).

Ainda de acordo com o IBGE, com relação a novembro do ano de 2023, o setor cresceu 4,6% no Estado e 4,4% no acumulado do ano, frente aos mesmo período de 2023. De acordo com a analista do IBGE, o transporte de passageiros e cargas foram os setores que desempenharam melhor.

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