Com reajuste nas tarifas de ônibus, inflação tem alta de 0,43% na RMBH em janeiro

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,43% em janeiro na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), segundo levantamento divulgado nesta terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A variação do primeiro mês de 2025 foi inferior a de janeiro de 2024, quando apresentou variação de 1,10%.
O índice para a Grande BH representou o terceiro maior resultado mensal entre as 16 áreas pesquisadas pelo instituto. No País, a variação mensal foi de 0,16%. A alta acumulada em 12 meses foi de 5,26% na RMBH, o segundo maior resultado entre as áreas de abrangência da pesquisa, e de 4,56% no Brasil. Em dezembro de 2024, a alta foi menor na região, já que a variação foi de 0,25%.
De acordo com o IBGE, o grupo transportes apresentou o maior aumento percentual mensal, com alta de 1,45%. E o ônibus urbano e a passagem aérea provocaram os maiores impactos individuais no índice do primeiro mês do ano. No primeiro caso, a elevação foi de 8,38%, impacto de 0,12 ponto percentual (p.p.) na inflação da RMBH, em razão do reajuste de 9,52% nas tarifas, a partir de 1º de janeiro deste ano.
A passagem aérea ficou 20,03% mais cara em janeiro na região, com impacto de 0,10 p.p. O movimento de alta também foi verificado para o seguro voluntário de veículo (2,90%), do automóvel novo (1,60%) e do conserto de automóvel (1,40%), com impactos de 0,02 p.p., 0,03p.p. e 0,03p.p., respectivamente.
No caso da queda, os dados do IBGE apontam recuo de 0,67% no preço da gasolina, impactando o índice geral em -0,04 ponto percentual.
Sazonalidade – O coordenador da pesquisa em Minas Gerais, Venâncio da Mata, diz que tradicionalmente janeiro é um mês marcado pela pressão na inflação em razão dos reajustes dos serviços públicos, como foi o caso do aumento da taxa de água e esgoto (5,64%), influenciada pelo reajuste de 6,42%, em 1º de janeiro, além do condomínio (2,68%), do gás de botijão (2,29%) e do aluguel residencial (0,89%). “Há os impactos sazonais”, observa.
Ele acrescenta que a boa notícia que aconteceu no primeiro mês de 2025 foi a queda da energia elétrica residencial, com recuo de 12,10%. “A queda decorre da
incorporação do bônus de Itaipu, creditado nas faturas emitidas em janeiro”, explica.
Venâncio da Mata observa que a sazonalidade também pode ser verificada na elevação do preço do livro didático, que aumentou 3,71% em janeiro, bem como no pacote turístico, que subiu 2,41%.
Na RMBH, seis dos nove grupos apresentaram alta em janeiro:
- transportes (1,45%)
- alimentação e bebidas (1,15%)
- saúde e cuidados pessoais (0,58%)
- educação (0,53%)
- despesas pessoais (0,44%)
- artigos de residência (0,09%)
Por outro lado, três grupos apresentaram deflação:
- habitação (-2,12%)
- comunicação (-0,10%)
- vestuário (-0,06%)
No grupo alimentação e bebidas, os destaques em termos de aumentos foi o da cenoura (78,63%), além do tomate (35,88%), do café moído (9,89%), do frango em pedaços (3,93%) e da refeição (0,68%), com impactos respectivos de 0,05p.p., 0,08p.p., 0,06p.p., 0,02p.p. e 0,02 ponto percentual.
No sentido oposto, o das quedas, os destaques de janeiro na RMBH foram o óleo de soja (-7,23%), a carne de porco (-3,22%) e o leite longa vida (-2,68%), refletindo no índice com recuo de 0,03p.p., cada um. No grupo saúde e cuidados pessoais, o destaque em termos de alta foi do perfume, que subiu 4,26% no primeiro mês de 2025.
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