Inflação perde força em maio na RMBH

Em maio, foi registrada nova alta na inflação da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). No período, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) aumentou 0,27%. Apesar disso, houve uma desaceleração do crescimento frente a abril, quando o IPCA avançou 1,06%.
No mês, uma das principais contribuições para segurar o custo de vida na região foi a energia elétrica, que ficou 10,27% mais barata após a mudança de bandeira tarifária.
Segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o resultado mensal fez com que a inflação na RMBH representasse a quarta menor alta mensal entre as 16 áreas pesquisadas. Com o aumento de 0,27% em maio, a inflação acumulada nos primeiros cinco meses do ano, na RMBH, subiu para 4,71% e atingiu 10,93% nos últimos 12 meses.
A variação positiva de 0,27% foi resultado, principalmente, da alta vista em alguns itens como produtos de transporte. No período, o seguro voluntário apresentou alta de 8,21% e a passagem de ônibus intermunicipal subiu 6,88%. Também contribuíram as roupas, que ficaram 3,06% mais caras no período, e os produtos farmacêuticos, com elevação de 2,35%.
De acordo com o coordenador da pesquisa IPCA do IBGE Minas, Venâncio Otávio Araújo da Mata, apesar da alta em maio, a inflação na RMBH apresentou uma desaceleração em relação a abril.
“Em maio, a inflação avançou 0,27% frente ao reajuste de 1,06% visto em abril. O motivo para o ritmo de crescimento menor foi a queda de mais de 10% na energia elétrica. A mudança da bandeira tarifária de escassez hídrica para verde, que aconteceu em abril, ainda impactou a primeira semana de maio”.
Da Mata destaca ainda a queda vista em importantes itens da alimentação. “Em maio, tivemos alguns produtos do grupo de alimentação e bebida que caíram significativamente, como o tomate, com redução de 35,4% nos preços, cenoura, 31,79%, batata inglesa, 10,48%, e frutas em geral, com queda de 5%. Estes itens contribuíram para a desaceleração da inflação”.
A redução nos preços dos itens de alimentação, geralmente, segundo da Mata, é, provavelmente, resultado de uma maior oferta no mercado, o que favorece a queda dos preços.
Apesar da queda em vários itens da alimentação, alguns itens tiveram altas expressivas no mês, como a cebola (31,39%), o feijão-carioca (7,92%), o frango em pedaços (3,42%), carne suína (3,16%), panificados (2,56%) e o leite longa vida (1,87%).
Grupos
Avaliando os grupos, na RMBH, sete apresentaram variações positivas. Em Vestuário, foi vista alta de 2,55%, seguido pelo grupo de Comunicação (1,26%), Saúde e Cuidados Pessoais (1,19%), Transportes (1,01%), Artigos de Residência (0,95%), Despesas Pessoais (0,70%) e Educação (0,16%).
No grupo de transporte, além da alta no seguro, 8,21%, e no ônibus intermunicipal, 6,88%, também foi registrado aumento nos preços das motocicletas (2,39%), do etanol (2,3%), automóvel novo (1,42%) e usado (1,30%).
Apenas dois grupos apresentaram deflação: Habitação, com queda de 2,81%, e Alimentação e Bebidas (-0,18%).
Expectativas
De acordo com da Mata, para junho, não é possível estimar o comportamento da inflação. Mas o reajuste nos planos de saúde, em mais de 15%, é um item que vai contribuir para a alta.
“Como foi um aumento considerável, com certeza, terá impacto. Mas não tem como estimar se o IPCA vai aumentar ou não devido à variação de preços dos demais itens que compõem o índice”.
Guedes destaca ação do governo
Brasília – O ministro Paulo Guedes (Economia) exaltou ontem que a inflação começou a perder velocidade em maio e destacou a atuação do governo para amenizar os impactos econômicos da guerra na Ucrânia sobre a população brasileira.
“A inflação começou a descer, acabamos de ter a primeira notícia”, disse Guedes no Fórum da Cadeia Nacional de Abastecimento, promovido pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
O IBGE informou ontem que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desacelerou para 0,47% em maio, atingindo 11,73% no acumulado de 12 meses. Até abril, a alta havia sido de 12,13%.
No evento, o ministro disse que a população não pode continuar arcando com a alta de preços e destacou que o governo tem agido reduzindo custos e cortando impostos, como as tarifas de importação de arroz, feijão e outros itens, a redução nas alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de 35% e mais.
“É um ecossistema, nós temos toda cadeia intermediária na qual estamos fazendo nossa parte, baixando os impostos e reduzindo custos”, afirmou.
Guedes citou também outras medidas adotadas pelo governo para estimular a economia.
“Estamos tentando com nossos programas, os saques FGTS são mais de R$ 30 bilhões, a antecipação de benefícios de pensionistas e aposentados são mais de R$ 50 bilhões, o crédito, estamos sustentando a camada de demanda. A massa salarial está aumentando, o Brasil cria 200 mil empregos por mês.”
Foram criadas 196.966 vagas formais no mercado de trabalho brasileiro em abril, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado pelo Ministério do Trabalho e Previdência na última segunda (6).
Defendendo a contribuição de todos os agentes, Guedes demonstrou apoio à proposta apresentada pelo presidente da Abras, João Galassi, de que a cadeia de abastecimento não reajuste a tabela de preços de alimentos básicos até 2023.
“Está na hora de realmente sentar todo mundo e fazer nosso lema, exatamente como você sintetizou, nova tabela só em 2023”, concluiu. (Nathalia Garcia/Folhapress)
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