Impulsionada pela energia elétrica, inflação tem alta de 0,25% na RMBH

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) apresentou alta de 0,25% na prévia de setembro, registrando uma variação de 0,48 ponto percentual (p.p.) acima da taxa registrada em agosto (-0,23%).
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta quinta-feira (25), a inflação na RMBH foi menor que a registrada no País, que foi de 0,48%. Das onze regiões analisadas, todas registraram índice positivo.
A alta da RMBH foi impactada, principalmente, pelo acréscimo observado no grupo Habitação de 3,38%. Alta puxada, sobretudo, pelo acréscimo do subgrupo Energia elétrica residencial de 10,41%.
Efeito pós “bônus de Itaipu”
Conforme explica o economista-chefe do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), Izak Carlos Silva, o acréscimo já era esperado porque neste mês as contas de energia elétrica residenciais não contavam mais com o bônus de Itaipu aplicado em agosto.
O bônus de Itaipu é um crédito que as distribuidoras de energia repassam aos consumidores, proveniente do resultado positivo da conta de Itaipu no ano anterior, o que aconteceu em agosto deste ano.
Dentre as nove atividades pesquisadas, quatro apresentaram inflação, uma estabilidade e quatro deflação na RMBH. Além de Habitação, os grupos que registraram acréscimo foram: Artigos de residência (0,25%), Saúde e cuidados pessoais (0,29%), Vestuário (0,20%).
Já entre os grupos que impactaram o índice para baixo, destacam-se Alimentação e bebidas (-0,41%) e Transportes (-0,76%). Dentro do grupo de alimentos, o economista ressalta a queda dos itens que apresentam sazonalidade como legumes e cereais (-3,51%), além da deflação das carnes (-0,70%), do leite (-1,57%) e dos ovos (-1,64%).
“A conjuntura externa neste momento é favorável. Com o aumento das tarifas sobre produtos brasileiros, aplicadas pelos Estados Unidos, a gente passou a ter dificuldade de exportar alguns itens e ajustar oferta e demanda no curto prazo”, explica.
Já com relação ao grupo Transportes, o economista do BDMG associa o recuo à gratuidade do transporte público (-1,06%) aos domingos (em algumas cidades do RMBH) e também à queda dos combustíveis (-1,25%), em função da redução de preço do etanol por conta da colheita e do período de safra.
Nos grupos Despesas Pessoais (-0,22%) e Comunicação (-0,01%) também foram observadas quedas nos índices. Educação (0%) apresentou estabilidade, sem variação.
Acumuldo do ano na RMBH
Com o resultado do mês de setembro, o IPCA-15 da RMBH acumula alta de 3,73% no ano, acompanhando a média nacional que registra acúmulo de 3,76%. “O índice da RMBH se aproxima cada vez mais do índice do Brasil e nós já estamos observando essa convergência”, diz.
Nos últimos 12 meses, segundo o IBGE, a inflação chegou a 5,3% na região metropolitana da capital mineira, sendo a quinta mais alta das onze regiões pesquisadas. A média nacional para os últimos doze meses foi de 5,32%.
“A proximidade dos índices regionais com os dos nacionais era uma tendência esperada, nós dissemos que isso aconteceria e isso tem acontecido especialmente por Alimentação, por Transportes e por Artigos de residência que agora estão seguindo a tendência nacional aqui também, com índices cada vez mais próximos aos do Brasil”, finalizou.
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